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Eleanor Catton fala da força dos signos

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38


Ganhar o Man Booker Prize com um segundo livro – e aos 28 anos -, não é um fato comum. Esta foi a façanha de Eleanor Catton. A escritora neozelandesa nascida no Canadá conquistou em 2013 o Booker – o prêmio mais importante da comunidade anglofone – pelo romance Os luminares (Editora Globo). O livro é ambientado na região sudoeste da Nova Zelândia em 1866, no auge da corrida do ouro na região. O livro é organizado de acordo com os 12 signos do zodíaco e conta a história de um explorador, Walter Moody, que chega à região de Christchurch em busca de fortuna, mas encontra um amor e um assassinato misterioro. Ele tem de lidar com a obsessão pelo amor, pelo ouro e pela descoberta de um criminoso. Um livro grande (900 páginas) que é um grande livro.

 

Eleanor esteve na Flip e falou com Luís Antônio Giron para o cmais sobre como entende a força dos signos e o papel da literatura. Leia parte da entrevista e ouça o áudio na íntegra: 

cmais+: Você nasceu no Canadá, mas vive na Nova Zelândia?

Eleanor: Sim.

cmais+: Em que cidade?

Eleanor: Auckland.

cmais+: Eu conheço Christchurch, que você descreve no livro, é um lugar muito bonito.

Eleanor: Sim, eu cresci lá.

cmais+: É fantástico! É um país pequeno, imagino que para você isso tenha sido um motivo para escrever. De escritores eu só conheço a Katherine Mansfield, de Wellington, e agora você. Você é a segunda.

Eleanor: É um país com uma história curta na literatura. Katherine Mansfield foi a primeira escritora conhecida, há poucos escritores da Nova Zelândia que foram publicados internacionalmente. Agora está mudando, mas é muito empolgante porque nós estamos no começo da história da nossa literatura, nós ainda podemos fazer o que quisermos.

cmais+: E o fato que você conhece o lugar onde o livro se passa...

Eleanor: Na região sudoeste.

cmais+: Isso te ajudou a escrever, já que você conhecia bem essa região, ou é impressão minha?

Eleanor: É uma região da Nova Zelândia que eu amo, eu já fui muito lá, minhas irmãs moraram lá por muito tempo. Passei muito tempo lá, fazendo caminhada e coisas do tipo. A parte interessante da Nova Zelândia é que é muito isolada, e quando o ouro foi descoberto em 1866, a cidade era no meio do nada, era difícil de chegar, o oceano ao redor era perigoso...

cmais+: Nós nunca imaginamos que um lugar tão bonito e tranquilo fosse na verdade uma fonte de ouro. Eu nunca imaginei, talvez seja ignorância... Mas o assunto do seu livro é fantástico, é algo que ninguém sabe.

Eleanor: É verdade, poucas pessoas sabiam que houve uma corrida pelo ouro na Nova Zelândia.

cmais+: Mas esse episódio é parte da história do país. É bem diferente da corrida do ouro da Califórnia.

Eleanor: Até na Austrália foi diferente. A legislação daqui em relação ao ouro aprendeu com os erros que foram feitos na Califórnia e em outros lugares. Quando a corrida do ouro começou em 1866, as autoridades já estavam mais preparadas. Você tinha que ter uma licença para escavar, quase não tinha como evitar as taxas etc. Foi ótimo para mim, eu queria escrever um mistério e todos os crimes que eu estava lendo sobre a corrida do ouro eram crimes de fraude. Não havia assassinatos... Quando você pensa no que aconteceu na América, havia pessoas fugindo das cidades... Os crimes que aconteceram na Nova Zelândia eram muito mais calculados, muito parecidos com os que acontecem hoje, não era pelo assassinato e sim para lucrar.

cmais+: O lucro e as drogas, como na guerra do ópio. Quando eu imaginaria que a guerra do ópio faria parte dessa situação? É ótimo.

Eleanor: Pois é, o ópio não era ilegal, ele só se tornou ilegal muito mais tarde na Nova Zelândia, por volta de 1900. Na verdade, virou ilegal parte por causa do grande número de chineses, junto com várias leis racistas aprovadas na época por volta da virada do século. Eu estava muito interessada nesse período da história, porque é uma guerra chocante.

cmais+: E como surgiu a ideia de escrever um livro sobre esse episódio?

Eleanor: Eu estava bem intrigada pela ideia da corrida do ouro, sempre pensei que seria interessante. Foi só na década de 20 que pessoas como Katherine Mansfield apareceram e começamos uma literatura nacional, então nada foi escrito sobre aquela época.

cmais+: Mas existem algumas coisas sobre...

Eleanor: Sim, escritas hoje, mas nada que foi escrito naquela época.

cmais+: Como você pesquisou sobre o assunto?

Eleanor: Eu li muitas novelas do século 19, mais ficção do que não ficção, há muitas coisas que você pode aprender com as ficções dos períodos, porque são o contemporâneo daquela época. Eu li também muitos jornais da época, o que foi uma ótima fonte que eu consegui da Biblioteca Nacional da Nova Zelândia. Poder sentar e ler um jornal de 1866 é fantástico.

cmais+: Então é verdade que você passou dois anos estudando e só seis meses escrevendo o livro?

Eleanor: Não, foram dois anos de pesquisa e três anos para escrever.

cmais+: E o personagem principal, Walter Moody? Como você o inventou? Ele parece real, há algo nele que é real historicamente?

Eleanor: Nenhum dos personagens foi baseado em pessoas reais. Com o sistema astrológico do livro, ele representa Mercúrio, o deus mensageiro. Como planeta, Mercúrio governa nosso senso de razão, lógica e línguas, colocar as coisas na ordem, dar sentido às coisas. Então fez sentido para mim que um assassinato misterioso com uma figura de detetive teria que ter uma influência de Mercúrio. O Moody se envolve nesse mistério e tenta achar uma solução, esse é o papel dele.

cmais+: É virgem o signo, né?

Eleanor: Sim.

cmais+: Ele é ao mesmo tempo o cara que está procurando o ouro e solucionando o mistério. É um personagem muito rico. Como você conseguiu pensar em toda a saga, os personagens e interligar as coisas? Parece ser muito difícil, mas você consegue concluir todas as histórias.

Eleanor: Leva muito tempo e eu acho que há vários tipos de abordagens que você precisa fazer. Muitas vezes, enquanto eu estava escrevendo, eu me deparava com um problema que eu ficava semanas pensando sobre e não conseguia resolver. Eu tinha que voltar para o começo e mudar alguma coisa lá para que fizesse sentido. Eu tinha que ficar indo e voltando. É preciso ter muita paciência.

cmais+: Eu acho que é difícil lidar com tantas situações ao mesmo tempo.

Eleanor: Sim, e você precisa tomar cuidado para nada escapar. Quando você muda uma coisa, outra fica impossível. Você precisa pensar de várias formas, você precisa estar dentro da cena e também fora dela, não só ser um membro da orquestra, mas também o maestro. Você precisa se colocar em vários níveis de distanciamento.

cmais+: Você sabe sobre música?

Eleanor: Um pouco, eu aprendi piano quando eu estava crescendo.

cmais+: Você comparou música com o zodíaco ontem à noite. Por que usar o zodíaco? Foi uma estratégia de narrativa, construção? Parece algo místico.

Eleanor: Eu acho que é. Um psicólogo uma vez chamou a astrologia de “psicologia ingênua”, porque são previsões do nosso subconsciente baseadas no céu. Muito disso é acidental, na verdade, é por um acidente que a terra gira um pouco fora do eixo que nós temos estações... É um acidente à disposição das estrelas no céu. Mas também há aquela coisa, o céu é assim há anos, milhares de anos, nós procuramos significados nos padrões, fazendo com que agora haja algum significado.

cmais+: Você não estava interessada nisso antes do livro, certo?

Eleanor: Eu não sabia muito sobre, eu era como a maioria das outras pessoas, sabia um pouco sobre o meu próprio signo e quase nada sobre o resto.

cmais+: Qual é o seu signo?

Eleanor: Libra. É muito interessante, porque o zodíaco é como música, é um sistema que não faz sentido se você só olhar uma parte, você precisa ver tudo para apreciar de verdade.

cmais+: Isso traz uma harmonia para o livro, porque quando o leitor acompanha a narrativa, ele fica envolvido por essa constelação de símbolos, o mistério da saga, de tudo o que está acontecendo. É incrível esse aspecto do livro. Você acha que o seu livro poderia ser interpretado como uma metáfora de ganância? Porque isso afeta muitos personagens, a ganância, o desejo de ter o ouro.

Eleanor: E também para ter a Anna, eu acho. É uma visão da mesma coisa, eu acho que todos os homens que têm o sinal do zodíaco, os 12, a querem e eles ficam frustrados por não conseguirem. Há algo nela que não dá para ter. Diferente da relação dela com o Emery, porque ele não quer nada dela, ele só a ama, é puro e fácil. Ele dá para ela um presente que acaba confundindo os outros homens, porque eles não conseguem entender o presente. Para eles, dinheiro é só para pagamentos e dívidas, eles acham que não tem nada a ver com presentes ou tentar fazer do mundo um lugar melhor.

cmais+: Que é algo parecido com o mundo hoje em dia.

 

 

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Arievaldo Viana fala sobre sua participação na Flipinha

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38

flipinha
Voltado especialmente para os pequenos, a Flipinha surgiu em 2004, junto com a Flip, para ser um movimento de formação de leitores em Paraty. O ano inteiro, a ação social e educativa segue uma agenda intensa, incentivando e instigando a curiosidade das crianças para o universo mágico da literatura infantil.
 
Entre os dias 29 de julho e 3 de agosto, os jovens leitores de Paraty norteiam a programação da Flipinha com os temas trabalhados em sala de aula e um levantamento dos autores mais lidos por elas do acervo de 12 mil títulos da Biblioteca Casa Azul. Tudo isso junto com a participação das crianças visitantes.
 
O cordelista cearense da cidade de Quixeramobim Arievaldo Viana, que está a frente do projeto ‘Acorda Cordel na Sala de Aula’, estará pela primeira vez no evento. Com quase trinta livros publicados, ao longo de 10 anos de atividade, e mais de 100 folhetos de cordel, ele participará de duas mesas na Flipinha, sendo uma delas em parceria com o poeta Fábio Sombra.
 
O cmais conversou com o autor, que conta sobre seus projetos para levar cada vez mais cultura aos brasileirinhos, da resistência ao cordel que é feito fora do Nordeste, de sua história de vida e o que espera da Flipinha 2014.
 
cmais: Você já participou de alguma edição da Flip ou essa é sua primeira vez? Como é seu contato com o público infantil?
 
Arievaldo Viana: Trabalho com a Literatura de Cordel e livros infanto-juvenis desde o final da década de 1990 e já participei de diversas bienais e feiras de livro em diversas cidades: Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, dentre outras, a maioria das vezes lidando com o público infantil. É a primeira vez que sou convidado para a FLIP de Paraty e estou muito honrado com esse convite. Na verdade, eu já venho trabalhando há bastante tempo, através do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, ministrando palestras, oficinas, shows de declamação e os resultados são sempre favoráveis.
 
cmais: Você já teve algum momento marcante com os pequenos leitores?
 
Viana: Na Feira do Livro de Porto Alegre, por exemplo, os autores são ‘apadrinhados’ por escolas da rede estadual de ensino e contato com as crianças é algo maravilhoso. Estive, em 2012, no município de Barra do Ribeiro-RS, onde as crianças da escola que visitei transformaram três obras minhas em apresentações teatrais. Foi um momento muito marcante, com música, dança, declamações e outras atividades culturais, tendo como eixo os meus textos em cordel. Um desses textos foi “A PELEJA DE CHAPEUZINHO VERMELHO COM O LOBO MAU”, livro ilustrado por Jô Oliveira, que foi lançado numa coleção pela Editora Globo. Essa coleção inclui também “O COELHO E O JABUTI” e “JOÃO BOCÓ E O GANSO DE OURO”, todos de minha autoria. Aqui no Nordeste, tenho vários livros por uma editora chamada IMEPH, que trabalha um projeto chamado “Nas ondas da leitura”. Sempre sou convidado a participar de atividades desse projeto e o encontro com o público infantil é sempre muito marcante.
 
cmais: Com quantos anos surgiu o interesse pelo cordel? Conte um pouco de sua trajetória de vida no sertão do Ceará.
 
Viana: Antes mesmo de ser alfabetizado, aí por volta dos quatro ou cinco anos de idade, eu já havia me encantado com os folhetos da Literatura de Cordel. Tanto meu pai, quanto a minha avó Alzira tinham o hábito de ler folhetos em voz alta para um público misto, que incluía crianças e adultos.

Nesse tempo ainda não havia energia elétrica no sertão do Ceará. Só nas cidades. As comunidades rurais ainda eram iluminadas por lampiões a gás. Eu ficava encantado pelo texto agradável dos cordéis. Aquilo mexia com a minha imaginação e motivou meus primeiros passos como poeta popular. Minha primeira escola funcionava numa casinha de taipa. Éramos somente uns 10 alunos, mas o aprendizado funcionava de verdade. A leitura em voz alta, principalmente de poesia, era uma prática comum nessa escola. 
 
Aos dez anos tive que me mudar para a cidade, a fim de continuar os meus estudos e só então tive contato com a televisão, a revista em quadrinhos e os brinquedos industrializados. Claro que isso também me influenciou, mas aquela cultura popular, típica do ambiente rural, já estava impregnada no meu processo criativo. A essa altura eu já desenhava e escrevia compulsivamente. O engraçado é que só comecei a publicar meus trabalhos no final da década de 1980 e de forma artesanal, usando, na maioria das vezes, a velha fotocopiadora. Foi o período dos fanzines e dos folhetos alternativos. Finalmente, na virada do milênio, comecei a levar a coisa mais a sério e comecei a bancar as minhas próprias edições. Esteei com um livro chamado “O baú da gaiatice”, que traz uma miscelânea de causos, anedotas, crônicas e cordéis. Essa obra foi muito bem aceita. Apesar de nunca ter saído por uma grande editora já vendeu mais de 10 mil exemplares e já está na 4a. Edição. Em 2006 recebi convite do Governo do Estado do Ceará para participar de uma coleção chamada “BAIÃO DAS LETRAS”. Foi aí que nasceu a ideia de fazer cordéis ilustrados, com capa colorida, para o público infantil. A princípio houve alguma resistência por parte do público tradicional e de alguns pesquisadores mais conservadores, mas isso foi superado porque CORDEL não é o suporte. O que caracteriza o cordel é o seu estilo literário, que é determinado por regras fixas: métrica, rima, oração etc. O “cordelivro” caiu no gosto da criançada e hoje, mais de 20 editoras de todo o Brasil trabalham com esse tipo de literatura.
 
cmais: Você pode falar mais sobre o ‘Acorda Cordel na Sala de Aula’? Tem algumas dificuldades para realizar o projeto?
 
Viana: O projeto ACORDA CORDEL surgiu por volta de 2002, quando passei a receber convites das escolas para oficinas e palestras sobre literatura de cordel. A princípio eu utilizava uma apostila, que foi engordando progressivamente até se transformar num livro. A primeira edição teve uma pequena ajuda da Petrobras e firmamos parceria com algumas prefeituras, para tornar viável a sua implantação. Hoje centenas de professores e arte-educadores trabalham com cordel em sala de aula, graças ao pontapé inicial desse projeto. 
 
A dificuldade maior é encontrar parceiros para o projeto. Os editores querem abiscoitar o projeto e pagar magros direitos autorais, que só chegam trimestralmente (isso quando prestam contas). Desse jeito não me interessa. Prefiro bancar uma edição por conta própria, de 2 a 5 mil kits (livro, CD, DVD, caixa de folhetos) e negociar isso direto com as prefeituras ou escolas interessadas na implantação do projeto. Atualmente está meio parado justamente por falta de tempo (e de jeito) para negociar. Prefiro que me convidem e apresentem uma proposta de trabalho.
 
cmais: Você vai lançar algum livro na Flipinha? 
 
Viana: Publiquei quatro novos livros este ano, mas não sei se serão todos lançados na Flipinha. Gosto de todos, mas tem dois, em especial, que acho muito adequados para esse momento. São adaptações de obras de Shakespeare para o cordel: OTELO E DESDÊMONA – O MOURO DE VENEZA EM CORDEL, da editora Pallas e SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO, da Editora Amarillys. Ambos são ilustrados por Jô Oliveira e estão muito atraentes. Procuro sempre usar uma linguagem simples e atrativa, que possa agradar crianças de 8 a 80 anos. Meus lançamentos acabam virando uma “aula-espetáculo”. Conto histórias, faço declamação e interajo com o público. Gosto de trabalhar dessa forma. Já fui camelô na adolescência e sei vender o meu peixe.
 
cmais: Quantos livros você já tem publicado? Pode falar quais são?
 
Viana: Ao todo, são quase trinta livros publicados, ao longo de 10 anos de atividade e mais de 100 folhetos de cordel. Com folhetos eu já trabalho há mais de 20 anos. Os folhetos são parcerias que faço com editoras como a Tupynanquim, Coqueiro, Queima-
Bucha e Luzeiro. Editoras exclusivas de CORDEL. Eles não pagam direito autoral em dinheiro, mas dão uma porcentagem de até 25% da tiragem em folhetos. De certa forma é vantajoso, mas quando se trata de uma venda maior, de uma edição específica para o projeto Acorda Cordel, prefiro editar por conta própria.
 
cmais: Qual será a pauta das duas palestras que você vai participar? Pode adiantar alguma coisa para nós?
 
Viana: Uma das palestras será feita em parceria com o poeta Fábio Sombra, que também é cordelista e carioca de nascimento. Há uma certa resistência ao cordel que é feito fora do Nordeste, como se o fato de ser nordestino fosse um selo de autenticidade. Eu não penso dessa maneira. Tanto que idealizamos uma peleja, uma espécie de debate todo em versos, explorando diversas modalidades do cordel, do repente, da trova gaúcha e até mesmo o “calango”, que é a trova mineira. Vai ser um espetáculo muito bonito, com teor musical. Um desafio entre dois cantadores, de regiões distintas, mas impregnados de brasilidade.
 
Confira a programação completa da Flipinha 
 
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Paulo Werneck sobre Millôr: 'Para mim ele é a cara da Flip'

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38

Autor Millôr Fernandes será o homenageado da Flip 2014 (Foto: Veja)

O homenageado desta edição é o dramaturgo, editor, tradutor e artista gráfico Millôr Fernandes. Uma das figuras mais marcantes da imprensa brasileira recebe destaque em Paraty dois anos após sua morte, em março de 2012, aos 88 anos.

O editor, jornalista e curador da Flip 2014, Paulo Werneck, falou ao De volta 'pra' casa sobre a escolha. "Ele era um tradutor de Shakespeare, de Ibsen, um cartunista genial que rivalizava com Steinberg, que é o maior nome do cartoon do século 20, um humorista, autor de livro infantil... Ele fez de tudo. Para mim ele é a cara da Flip, esteve até na primeira edição".

Considerado uma "pedra no sapato do poder" durante sua carreira, é também Millôr quem dá o tom na programação da tenda dos autores de diferentes nacionalidades, que destaca literatura, humor, arquitetura, ciência e pensamento indígena. Gal Costa abre o evento em Paraty com as canções de Recanto, seu disco mais recente, que mescla MPB, rock e música eletrônica. Clássicos como "Folhetim" e "Barato total" completam o show, que pela primeira vez na história da Flip será gratuito.

A programação completa você confere no site flip.org.br.

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Relembre os pensamentos de Millôr Fernandes

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38

Millôr Fernandes (Foto: FPA)

Millôr Fernandes é o grande homenageado da 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Falecido em em março de 2012, o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor terá uma exposição dedicada a seu trabalho, com fotos, desenhos e imagens na Casa da Cultura da cidade. Intitulada Millôr - 90 anos de nós mesmos, a mostra tem abertura no sábado (26). Já a festa literária começa em 30 de julho e vai até 3 de agosto.

Millôr, considerado por Salomão Schvartzman "o guru" do Diário da manhã, foi lembrado no programa desta quarta (23). O apresentador trouxe célebres pensamentos do carioca e leu, na íntegra, o poema "Saudação aos que vão ficar". Confira.

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Confira a programação da Flip 2014

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38

Flip (Foto: Temporada Livre)

Os dias, os horários e os temas das mesas da Festa Literária Internacional de Paraty: 

 

Quarta-feira, 30 de julho

 

19h | sessão de abertura 
'Conferência com o crítico de arte Agnaldo Farias' 
'Millôrmaníacos - Hubert e Reinaldo entrevistam Jaguar'
 
 
21h30 | show de abertura na tenda da flipinha
Com Felipe Guaraná e banda Gal Costa
 

Quinta-feira, 31 de julho  

 
9h30 | mesa Zé Kleber 
'Da cidade à cidadania'
Com Jailson de Souza e Silva, Paula Miraglia e Rene Uren
 
12h | mesa 1
'Poesia & prosa' 
Com Charles Peixoto, Eliane Brum e Gregorio Duvivier
 
15h | mesa 2 
'Os possessos'
Com Elif Batuman e Vládímir Sorókin
 
17h15 | mesa 3  
'Fabulação e mistério' 
Com Eleanor Catton e Joël Dicker
 
19h30 | mesa 4
'Paraty, Veneza no Atlântico Sul'
Com Francesco Dal Co e Paulo Mendes da Rocha
 
21h30 | mesa bônus
'Porque era ele, porque era eu'
Com Mathieu Lindon e Silviano Santiago
 

Sexta-feira, 1º de agosto 

 
10h | mesa 5 
'O guru do Méier' 
Com Cássio Loredano, Claudius e Sérgio Augusto
 
12h | mesa 6 
'À mesa com Michael Pollan'
 
15h | mesa 7 
'Marcados'
Com Claudia Andujar e Davi Kopenawa
 
17h15 | mesa 8  
'Livre como um táxi'
Com Antonio Prata e Mohsin Hamid
 
19h30 | mesa 9 
'Encontro com Andrew Solomon'
 
21h30 | mesa 10 
'2x Brasil' 
Com Cacá Diegues e Edu Lobo
 

Sábado, 2 de agosto  

 
10h | mesa 11 
'Liberdade, liberdade'
Com Charles Ferguson e Glenn Greenwald
 
12h | mesa 12 
'Memórias do cárcere: 50 anos do golpe'
Com Bernardo Kucinski, Marcelo Rubens Paiva e Persio Arida
 
15h | mesa 13
'A verdadeira história do Paraíso' 
Com Etgar Keret e Juan Villoro
 
17h15 | mesa 14 
'Tristes trópicos'
Com Beto Ricardo e Eduardo Viveiros de Castro
 
19h30 | mesa 15 
'Encontro com Jhumpa Lahiri' 
 
21h30 | mesa 16 
'Narradores do poder' 
Com David Carr e Graciela Mochkofsky
 

Domingo, 3 de agosto 

 
10h | mesa 17 
'Ouvir estrelas' 
Com Marcelo Gleiser e Paulo Varella
 
12h | mesa 18 
'Romance em dois atos' 
Com Daniel Alarcón e Fernanda Torres
 
14h | mesa 19 
'Os sentidos da paixão' 
Com Almeida Faria e Jorge Edwards
 
16h | mesa 20 
'Livros de cabeceira' 
Com Andrew Solomon, Eduardo Viveiros de Castro, Etgar Keret, Fernanda Torres, Graciela Mochkofsky, Joël Dicker, Juan Villoro e Marcelo Rubens Paiva

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Millôr Fernandes é o homenageado deste ano na Flip

04/08/2014 , às 12h35 - Atualizado em 04/08/2014 , às 12h38

Diário da Manhã - Crônica sobre Millôr Fernandes - 2014-08-01

O desenhista e escritor carioca Millôr Fernandes, morto em 2012, é o homenageado deste ano da 12ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). E numa exaltação ao humor como grande gênero literário, Salomão Schvartzman destacou algumas frases célebres de Millôr na crônica desta sexta-feira (01) do Diário da Manhã. Confira.

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