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Luís Antônio Giron

Jornalista, crítico e escritor. Publicou os livros Ensaio de Ponto, Mario Reis, o Fino do Samba, Minoridade Critica, Até nunca mais por enquanto, Teatro de Gonçalves Dias e Crônicas reunidas de Gonçalves Dias.

Público da Flip aumentou em 27%

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

Os organizadores da 12ª Flip disseram hoje em entrevista coletiva que o público do evento principal aumentou em 30%. Como a Tenda do Telão não se repetiu neste ano, muita gente pôde ver tudo de graça em dois telões instalados na área externa da festa. Cerca de 27 mil pessoas, afirmam os organizadores.

Segundo a organização, cerca de 12 mil pessoas compareceram à Tenda dos Autores – um público 1 mil vezes maior que o do ano passado. O crescimento é de 27%, dizem.

Minha impressão é de que o público explodiu e mudou de perfil. Será um desafio para a 13ª Flip manter a identidade literária de uma festa que está cada vez mais espetacular e pop. 

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Homenagem ofusca o legado de Millôr

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

A Festa Literária Internacional de Paraty se converteu numa espécie de máquina de consagração. É como se os autores homenageados ganhassem um status de glória eterna. Nesse sentido, a Flip está estabelecendo um poder paralelo ao da Academia Brasileira de Letras, que até pouco tempo atrás possuía a exclusividade na distribuição de lauréis, ou certificados de eternidade.  

A ABL confere anualmente, desde 1941, o Prêmio Machado de Assis para o conjunto da obra de um escritor. Também elege os imortais, que ocupam cadeiras de imortais que os precederam. Há prêmios para vivos e mortos, como na Flip. O homenageado é o imortal do ano. Os participantes, os novos imortais eleitos pela curadoria do evento. Ainda não há o Grande Prêmio Flip, mas fica a sugestão para os organizadores da festa.

Nesta 12ª edição da Flip, o homenageado morto é o caricaturista, tradutor, jornalista e humorista Millôr Fernandes (1923-2012). Além de mesas que discutem sua contribuição à literatura brasileira, Millôr é lembrado a cada início de mesa ao longo dos cinco dias do evento.

Millôr Fernandes (Foto: Editora Abril)

Não deixa de ser um teste da máquina da consagração, que até agora enfocou poetas e ficcionistas que se levaram muito a sério. Caso estivesse vivo, Millôr não só não seria objeto de celebrações, como se recusaria a sê-lo – assim como nunca quis pertencer à ABLS. Sua trajetória se fez de sátira e de luta pela liberdade de expressão. Fez até poesias, com seus famosos haicais. Claro que ele merece. Mas o poder de seu legado se dá na razão inversa da sua oficialização. Quanto mais festejarmos Millôr, mais fraco será o impacto de sua obra. Que a homenagem lhe seja breve.  

 

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Novidades na paisagem

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

 

Entrada da Tenda dos Autores - Flip 2014

Às vésperas da Flip 2014, os poucos visitantes que já passeavam pelas ruas enlameadas pela chuva podiam observar os trabalhadores terminando a instalação da nova Tenda dos Autores e de telões em alguns pontos da cidade.

São duas das três novidades da décima-segunda edição do evento literário mais importante do país. A tenda ganhou solidez e assistir ao evento pelo telão deixou de ser cobrado. A tenda é um projeto alemão que, apesar de manter os habituais 850 lugares, diminuiu a área de e o pé-direito. Ensaiou uma ideia que a fundação Casa Azul alimenta há anos: construir uma sede fixa para a festa.  A nova tenda aponta para essa direção.  Muita gente não gostou da nova tenda. Ela de fato se parece mais com um pavilhão de feira de produtos industriais que um espaço cenográfico, como era a antiga tenda.  A proliferações dos telões torna o espetáculo literário acessível às multidões.

A terceira novidade é que o escritor homenageado, Millôr Fernandes, é o primeiro a ter feito parte da Flip. Ele foi convidado da primeira edição, de 2003. Assim, a Flip já se retroalimenta dos escritores que convida, para depois celebrá-los.

É curioso como se processa a transformação de seres humanos em mitos. Em 2003, eu conversei bastante com Millôr e combinamos uma entrevista que faríamos no Rio de Janeiro meses depois. Seu jeito irônico e descontraído não combinava com a futura consagração. Ele certamente acharia graça do tema da palestra inaugural, a cargo do professor de Arquitetura e crítico de arte Aguinaldo Farias. O argumento de sua palestra é que a obra de Millôr deve ser incorporada ao patrimônio artístico. O cartum e a caricatura como obra de arte. O que Millôr diria disso. Talvez diria que a farsa pode se repetir como canonização.  

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A consagração do humor

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

 

                “Foi o melhor período de minha vida”, disse o cartunista carioca Jaguar na mesa dedicada a seu amigo e colega Millôr Fernandes (1923-2011). Ele não estava falando sobre os tempos em que ele Millôr, Ziraldo e Paulo Francis faziam o jornal O Pasquim, mas sobre as três semanas em 1969 que ficou preso na  Vila Militar, como elemento  subversivo, inimigo da ditadura. ‘Eu vivia como um mendigo e levei comigo  Guerra e Paz, de Tosltói. Não tinha lugar melhor para ler. Até o coronel me tratava bem.” Jaguar ofuscou a mesa da qual participavam seus colegas Hubert e Reinaldo. Até porque ele foi politicamente incorreto. Apesar de muita gente ter sido morta e perseguida durante a ditaruda, alguns humoristas escaparam.

                A noite de abertura da foi divertida. Abriu com uma palestra do crítcio Aguinaldo Farias. Ele conseguiu ser brilhante e leve ao defender a tese de que a obra de Millôr merece figurar entre as grandes manifestações artísticas brasileiras do século XX, pelo traço fluido e a influência de artistas surrealistas e expressionistas abstratos. Não me convenceu, mas me encantou. Para mim, Millôr vai ficar pelo humor sarcástico, baseado na ilustração feita às pressas e no texto.

                A noitada se encerrou com um belo show de Gal Costa, na Praça da Matriz de Paraty. Gal continua sendo uma das divas da canção brasileira.  No espetáculo, equilibrou sucessos e canções novas.  

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Joël Dicker busca a verdade profunda

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

Aos 28 anos, o escritor Joël Dicker se transformou no maior fenômenon literário de vendas dos últimos dosi anos. Ele está participando da  Flip para falar de mistério e fabulação e lançar seu segundo livro, o best-seller policial  A verdade sobre o caso Harry Quebert.

Em entrevista ao CMAIS ele disse que sua grande preocupação em relação a sua obra é investigar as várias facetas da verdade. “Não existe verdade única”, disse. “Principalmente a verdade de fato. Porque existe a verdade do suposto criminoso, a verdade da acusação e a verdade da Justiça. Nenhuma é satisfatória.” Muito menos a literária.

Joel Dicker (Foto: Luís Antônio Giron)

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Mesa com os jovens Eleanor e Dicker foi chata

03/08/2014 , às 21h16 - Atualizado em 03/08/2014 , às 21h41

A mesa "Fabulação e Mistério" com a escritora canadense radicada na Nova Zelândia Eleanor Catton e o escritor suíço Joel Dicker foi tão entediante que é quase inacreditável já que se trata dos dois autores de maior sucesso dos últimoa anos. Mas o fracasso do sucesso se deveu à mediação do professor João Luís Passos, que deu um tom acadêmico à conversa.

Assim, em vez de os dois falarem do sucesso súbito e da pesquisa que realizaram para seus romances, bem como de suas influências, foram induzidos a responder perguntas sobre a construção narrativa e outras tecnicidades da teoria literária.

Eleanor deu explicações sobre algumas inconsistências que o tradutor francês descobriu no romance Os Luminares. Dicker repetiu o seu mantra: "Sou um autor best-seller, mas acho que a cultura literária deve ser preservada às novas gerações."

A impressão é que os jovens como eles precisam escrever mais até que possam teorizar sobre o que escrevem.

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