Russian State Symphony Orchestra (Foto: Reprodução)

Um dos programas musicais mais variados dos últimos anos. É o que caracteriza a Temporada 2015 do Mozarteum Brasileiro, composta por sete atrações internacionais, com mais de 500 artistas, que privilegiam o multiculturalismo. Grupos da Áustria, Hungria, França, Alemanha, Itália, Polônia, Suíça e Rússia estarão no palco da Sala São Paulo em diferentes formações e estilos de apresentação de música clássica. A maioria estará se apresentando pela primeira vez no Brasil.

A Russian State Symphony Orchestra, uma das mais antigas da Rússia, estreia em palcos brasileiros com mais de 100 músicos e sob a regência do renomado maestro Terje Mikkelsen, abrindo em grande estilo a Temporada 2015 nos dias 13 e 14 de abril, às 21h, na Sala São Paulo. Antes, porém, fará duas apresentações extras e gratuitas: uma matinê para crianças no dia 11, na área interna do Auditório Ibirapuera, e outra para o público em geral no dia 12, na área externa, ao ar livre.

Terje Mikkelsen, o regente convidado,graduou-se na Noruega e na Finlândia, e após sua formação passou a conduzir orquestras na Europa Ocidental e Central, Japão, China e Tailândia. Liderou as orquestras sinfônicas da Lituânia, Ucrânia e da Letônia, além de participações em outras grandes formações, com mais de 50 gravações de álbuns e CDs em sua carreira. Já se apresentou nos principais auditórios e palcos da música erudita a nível mundial, tais como o Berliner Philharmonie, Concertgebouw Amsterdam, Great Hall of the Moscow Conservatory, St. Petersburg Philharmonic Hall, Munich am Gasteig, Alte Oper (Frankfurt am Main), Cologne Philharmonie e Auditorium National (Madrid). Ainda, foi o principal condutor convidado da Tchaikovsky Symphony Orchestra of Moscow Radio, tendo atuado desde 1993 na formação.

Alexandre Buzlov é o violoncelista convidado desta atração. Representando uma nova geração de talentos – nasceu em 1983 e já aos 13 anos ganhou o concurso Mozart-96 em Monte Carlo -, tem recebido elogios da imprensa internacional, como o The New York Times, que destacou que ele tem o “poder de fazer seu violoncelo cantar, enfeitiçando a audiência com seu som”.

A orquestra fez sua primeira apresentação em 1936 no Conservatório de Moscou. Três décadas depois, tornou-se uma das melhores do mundo pelas mãos do regente Evgeny Svetlanov, a ponto de hoje também ser conhecida pelo nome Svetlanov Symphony Orchestra. Seu repertório inicial, com predominância damúsica clássica russa, foi expandido e passou a incluir obras ocidentais e de compositores contemporâneos. A Russian State Symphony Orchestra já foi aplaudida em locais célebres, como a Praça Vermelha, Carnegie Hall, Kennedy Center, Salle Pleyel e Royal Albert Hall.

“Demos especial atenção ao conteúdo e estou muitíssimo satisfeita com o nível da Temporada 2015, que terá um som predominantemente europeu, mais redondo e quente”, afirma a presidente do Mozarteum Brasileiro, Sabine Lovatelli. “A programação de cada atração explorará o melhor que elas têm a oferecer. Propusemos novos formatos para apresentar belíssimas obras ao público brasileiro, como a execução da Sinfonia nº 4, de Mahler, raramente executada no Brasil, pela Junge Philharmonie Wien, acompanhada por solo de soprano”.

Em maio, é a vez da premiada Austro-Hungarian Haydn Philharmonic tomar o palco da Sala São Paulo, com cerca de 70 músicos. Foi criada em 1987 por iniciativa do maestro Adam Fischer, com o propósito de unir os melhores instrumentistas da Áustria e Hungria de forma a ultrapassar musicalmente a Cortina de Ferro. É regida pelo famoso pianista alemão Alexander Lonquich, já agraciado com os prêmios Diapason d’Or e Abbiati, e que nos últimos anos tem se destacado especialmente nas casas de espetáculos italianas, como Alla Scala, Conservatório de Turim, La Fenice e Parco della Musica.

Sua sede é o Palácio Esterházy, onde Franz Joseph Haydn viveu e trabalhou. E foi lá que os músicos se apresentaram durante o Haydn Year 2009, em homenagem transmitida ao vivo para várias TVs internacionais em celebração ao 200º aniversário da morte do célebre compositor, que, junto com Mozart e Beethoven, formava a “Trindade Vienense”. A orquestra já gravou todas as sinfonias de Haydn, sendo que as de número 40 a 54 foram eleitas as melhores do ano pela revista Gramophone, e também já ganhou dois prêmios Echo Klassic, o mais importante da Alemanha.

L’orchestre de Pau é outra atração que se apresenta pela primeira vez em solo brasileiro, em junho. Originária da região francesa de Aquitânia, já existia desde o fim do século 19 e foi recriada décadas antes da chegada do atual regente Fayçal Karoui, em 2002. A partir de então, novas propostas foram colocadas para o grupo, composto por grandes solistas e jovens talentos. “Levar a música clássica para onde quer que ela possa ser ouvida” passou a ser um lema e o objetivo é provar que a emoção musical está ao alcance de todos em todo lugar.

Karoui, de apenas 43 anos, já ganhou o Concurso Internacional de Jovens Maestros de Besançon e foi assistente de Michel Plasson na Orchestre National du Capitole de Tolouse. Também foi diretor musical da New York City Ballet Orchestra de 2006 a 2012 e, em 2013, recebeu do Ministério da Cultura da França o título de Cavaleiro das Artes e Letras. Saténik Khourdoian, "Révélation Classique de l'Adami 2009", é quem faz os solos de violino nessa passagem por São Paulo.

Programas inovadores e muito pouco usuais são a marca do conjunto vocal Chorakademie Lübeck, pela primeira vez no Pais, em junho. Sediado na Alemanha, o coral, que têm brasileiros entre seus mais de 50 integrantes, promove a fusão de culturas, visando um trabalho simbolizado por uma ideia internacional livre e unificada, que ultrapassa as fronteiras e diferenças étnicas. Oratórias e obras religiosas de Händel, Mozart e Beethoven, assim como de Felix Mendelssohn e Brahms, têm feito parte do repertório, que também contempla composições do século 20.

O coral foi fundado por Rolf Beck, hoje também seu diretor artístico e regente, a partir do Festival de Schleswig-Holstein. Em seu impressionante currículo, que também inclui a condução de várias orquestras de sucesso, destaca-se o fato de ter sido o primeiro estrangeiro a reger a obra St John Passion, de Bach, em Israel, assim como ter contrastado Walpurgis Night, de Felix Mandelssohn, com Faust Cantata, de Schnittke, em um projeto especial. 

A soprano italiana Anna Caterina Antonacci, 53, é o grande destaque de agosto. Do Teatro Comunale de Bolonha, onde iniciou sua carreira, já passou por outras casas tradicionais e de prestígio, como o La Scala, Théâtre du Châtelet, Covent Garden, Glyndebourne Opera e Vienna State Opera – várias vezes acompanhada por Jonas Kaufmann, o “Pavarotti do momento”, com quem filmou Carmen, enaltecida produção de 2007. Elogiada tanto no canto como na interpretação teatral no palco, sua especialidade como mezzosoprano eram as óperas densas de Rossini e o Barroco de Gluck e Monteverdi.

Mas desde 2006, já sustentando uma voz de soprano, compositores franceses e italianos passaram a integrar seu repertório, entre eles Helévy, Ravel, Berlioz, Massenet e Poulenc. Anna se apresenta acompanhada do pianista polonês Maciej Pikulski, discípulo de Dominique Merlet e que atualmente participa de turnês com alguns dos cantores mais renomados do mundo, tendo se apresentado várias vezes no País.

Com o grupo suíço Gershwin Piano Quartet, que volta à Sala São Paulo em outubro por demanda do público, os expectadores vão ouvir novas performances musicais que estão conquistando plateias em todo o mundo. O raro quarteto formado por André Desponds, Benjamin Engeli, Stefan Wirth e Mischa Cheung, joga nova luz sobre a obra de George Gershwin, por meio de seus quatro pianos de cauda.

Há improvisos nos arranjos de algumas das músicas mais célebres, como Rhapsody in Blue, An American in Paris, I Got Rhythm e Summertime. Os originais são modificados de forma a oferecer uma nova experiência ao público. Eles também explorarão peças de contemporâneos de Gershwin, como Stravinsky e Ravel, criando referências cruzadas entre música clássica, jazz, balé e grandes produções da Broadway.  

O encerramento da Temporada 2015 do Mozarteum Brasileiro promete ser memorável, com o concerto da Junge Philharmonie Wien, em outubro. A “orquestra elite júnior” da Áustria segue a tradição vienense de Mozart e Mahler e reúne 300 dos melhores músicos do país entre 17 e 27 anos, com a proposta de ser uma ponte entre a educação musical e a vida profissional. Mais conhecidos pelas gravações das sinfonias número 2, 4 e 5 de Mahler e do álbum Belle Époque com José Carreras, os jovens que formam o grupo participaram de vários festivais pela Europa e já se apresentaram como embaixadores culturais de seu país na China.

Com repertório amplo, flexível e internacional, contempla composições para concerto, ópera, jazz e música moderna. O regente Michael Lessky vem de uma família vienense de longo histórico musical e já atuou com Karl Österreicher na Vienna Music Academy e, com Claudio Abbado, na Vienna State Opera. No violino, a talentosa Albena Danailova, que começou a carreira aos cinco anos em sua cidade natal, Sofia, na Bulgária. Albena já recebeu vários prêmios e foi primeira violinista da London Philharmonic Orchestra, Bavarian State Orchestra e Vienna State Opera Orchestra. Destaque, também, para a soprano alemã Lavinia Dames, de apenas 24 anos e a mais jovem vencedora da Cantilena Singing Competition de Bayreuth – ela é membro da Deutsche Oper am Rhein Düsseldorf.

As assinaturas para assistir à Temporada 2015 do Mozarteum Brasileiro estarão disponíveis para renovação de 27 de outubro a 28 de novembro e a partir de 8 de dezembro para novos assinantes.

Programação - 

Abril

11/4 - Matinê para crianças no Auditório Ibirapuera - GRATUITO

Programa:
Introdução didática com apresentação dos instrumentos
A história de “A Bela Adormecida” seguida da apresentação da Suíte de “A Bela Adormecida” de Piotr I. Tchaikovsky
A história de “Peer Gynt” seguida da apresentação da Suíte de “Peer Gynt”  de Edvard Grieg

12/4 - Concerto ao ar livre no Auditório Ibirapuera - GRATUITO

Programa:
Johan Halvorsen – Norwegian Rhapsody
Edvard Grieg – Peer Gynt Suite 1
Piotr I. Tchaikovsky – Suíte de “A Bela Adormecida”
Piotr I. Tchaikovsky – Romeo e Julieta: Abertura Fantasia

13/4 - Sala São Paulo

Programa:
Johan Halvorsen – Norwegian Rhapsody
Antonin Dvorák –  Concerto para violoncelo, em si menor (op. 104)
Piotr I. Tchaikovsky – Sinfonia nº 4

14/4 - Sala São Paulo

Programa:
Johan Halvorsen – Norwegian Rhapsody
Antonin Dvorák –  Concerto para violoncelo, em si menor (op. 104)
Piotr I. Tchaikovsky – Suíte de “A Bela Adormecida”
Piotr I. Tchaikovsky – Romeo e Julieta: Abertura Fantasia

Maio

12 e 13/5 - Sala São Paulo

Austro-Hungarian Haydn Philharmonic
Alexander Lonquich, regência e piano

Programa:
12/5
Wolfgang Amadeus Mozart – Concerto para piano nº 19 em fá maior K 459
Franz Joseph Haydn – Sinfonia nº 92, em sol maior “Oxford”
Wolfgang Amadeus Mozart – Concerto para piano nº 25, em do maior, KV 503

13/5
Franz Schubert  – Sinfonia nº 5, em si maior, D 485
Wolfgang Amadeus Mozart  – Concerto para piano nº 25, em do maior, KV 503
Franz Joseph Haydn  –  Sinfonia nº 92, em sol maior “Oxford”

Junho

02 e 3/6 - Sala São Paulo

L’Orchestre de Pau
Fayçal Karoui, regente
Saténik Khourdoian, violino

23 e 24/6 - Sala São Paulo

Chorakamedie Lübeck
Rolf Beck, regente

Agosto

03 e 5/8 - Sala São Paulo

Anna Caterina Antonacci, soprano
Maciej Pikulski, piano

Outubro

06 e 7/10 - Sala São Paulo

Gershwin Piano Quartet

26 e 27/10 - Sala São Paulo

Junge Philharmonie Wien
Michael Lessky, regente
Albena Danailova, violino
Lavinia Dames, soprano

Programação sujeita a alterações.

Classificação etária indicativa: livre.

Sobre o Mozarteum Brasileiro
O Mozarteum foi fundado em 1981 por Sabine Lovatelli e Claude Sanguszko, com o compromisso de manter a sociedade atualizada sobre os conceitos e expressões artísticas que se desenvolvem nos principais centros ao redor do mundo, tornando-se hoje uma das mais importantes associações culturais do país. Ao longo de sua trajetória, a instituição já trouxe ao Brasil importantes orquestras, como as filarmônicas de Berlim, Viena, Munique e de Nova York, além da Concertgebouw, de Amsterdã, entre outras, e também renomados solistas, grupos de câmara e coros. A produção de grandes concertos é, no entanto, apenas uma das atividades que posicionam o Mozarteum entre as principais entidades promotoras da música clássica. O Projeto Mozarteum concentra atividades educativas voltadas ao desenvolvimento da excelência musical para jovens talentos e amantes da música. São Masterclasses e programas de intercâmbio e bolsas de estudo nas melhores academias internacionais para estudantes de música, palestras no Clube do Ouvinte aos espectadores da temporada de concertos, além de Matinês Clássicas para Crianças e Concertos ao ar livre em parques públicos.

Para mais informações, acesse o site do Mozarteum Brasileiro.
Tel.: (11) 3815-6377.