Evangelizador, enfermeiro, literato e outros títulos que enobrecem José de Anchieta

Em 25 anos de trabalho no Brasil, o jesuíta deixou a marca da sua presença em quase tudo. Saiba mais

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30/03/14 22:14 - Atualizado em 30/03/14 22:29

padre-jose-anchietaEvangelizador, mestre-escola, enfermeiro, literato, comediógrafo, guerreiro, refém, herói e estrategista. Em 25 anos de trabalho no Brasil, o jesuíta José de Anchieta deixou a marca da sua presença em quase tudo: ajudou a fundar São Paulo e o Rio de Janeiro, foi precursor da literatura brasileira e por duas vezes foi combatente. Na primeira, defendeu São Paulo de Piratininga de ataques tamoios e na segunda combateu os franceses ao lado de Estácio de Sá. Nessa guerra, para evitar perdas de vida, ofereceu-se como refém aos índios tamoios (aliados dos franceses) e conseguiu que os ajustes de paz chegassem a bom termo.
 
Nasceu a 19 de março de 1534, em São Cristovão de Laguna, na ilha de Tenerife, Canárias. Era filho de família nobre e estudou humanidades na Universidade de Coimbra. Aos 19 anos, já na Companhia de Jesus, chegou no Brasil. Viveu em Itanhaém, em São Paulo, no Rio, na Bahia e Espírito Santo. Assistiu em 1554, na companhia de Manuel da Nóbrega, a primeira missa celebrada no Pátio do Colégio, local do Colégio do Planalto de Piratininga, fundado por ele.
 
Exerceu o cargo de provincial da Ordem dos Jesuítas de 1578 a 1595. Em 1554, depois de fundar o Colégio do Planalto, verificou que não havia mestres na quantidade necessária. Resolveu o problema lecionando, ao mesmo tempo, latim, castelhano, doutrina cristã e língua brasílica.
 
No Rio de Janeiro foi paciente enfermeiro dos primeiro internados no hospital da Santa Casa de Misericórdia, fundado por ele. Também aí supria com seus préstimo a falta de mão-de-obra. Mais tarde tomou a direção da Bahia, de onde voltou para o Sul, ficando no Espírito Santo. Nas duas províncias continuou o trabalho de catequese e foi na aldeia espírito-santense de Rerigtibá que faleceu, a 9 de junho de 1597. 9 de junho é o "Dia de Anchieta".
 
Deixou para conhecimento dos seus sucessores duas obras especializadas: "Gramática da Língua Brasílica" e "Vocabulário Tupi-Guarani". Escreveu mais de quatro mil versos nas areias de Iperoig, em louvor à Virgem Santíssima e compôs cantigas e diálogos. Seus métodos de ensino foram adotados por muitos anos nos estabelecimento de ensino dos jesuítas brasileiros . Por seu trabalho de catequese, de educação, na fundação de hospitais e muitos serviços prestados à população, José de Anchieta recebeu dos historiadores o título de "Apóstolo do Brasil".
 
Fonte: Folha de S.Paulo, de 09 de junho de 1982.

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