Desculpe mas no seu navegador não esta habilitado o Javascript, habilite-o e recarregue a página pular começo
Logo Vila Sésamo
Menu Vila Sésamo
Logo Vila Sésamo
Menu Vila Sésamo

Pais e educadores

todos os artigos

O Brincar Inclusivo e o desenvolvimento infantil

 

“Parece-se que, do ponto de vista do desenvolvimento, a brincadeira não é uma forma predominante de atividade, mas, em certo sentido, é a linha principal do desenvolvimento na idade pré-escolar.”

                                                                       Vigotsky

 

É fundamental ressaltar os benefícios que o brincar proporciona no ensino-aprendizagem na educação infantil.A brincadeira é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia humana. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação.

Do ponto de vista psicopedagógico, para entender “o ato de brincar”, faz-se necessário, compreender o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.

Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como: a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.        

 

Barra de São Miguel 2 - EDIT

(Foto 1: Creche Leonita V. Cavalvanti de Melo. Barra de São Miguel – AL)

 

Brincar é tão importante para a criança que se faz necessário priorizar espaços e momentos específicos, ora para que brinquem livremente, ora para que as brincadeiras sejam dirigidas. Brincadeira transborda através do corpo, do movimento, da imaginação, do ritmo, das palavras e vai se materializar em toda e qualquer criança.

A criança, naturalmente, brinca e culturalmente se expressa: internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora a sua percepção, os seus pensamentos e sentidos sobre este mesmo mundo.Estes são elementos elaborados que proporcionarão experiências, possibilitando a conquista e a formação da sua identidade. Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Logo, para uma aprendizagem eficaz é preciso que o aluno construa o conhecimento, assimile os conteúdos.

A aprendizagem ocorre quando existem colaboração e interação positiva entre alunos e professor. Assim fica mais fácil o professor oferecer oportunidades para desenvolver as potencialidades de seus alunos, favorecendo uma eficiente adaptação e ação sobre o aprender. Essa interação pode não acontecer por vários fatores como o desconhecimento das condições cognitivas, físicas ou sensoriais dos alunos e as pessoas envolvidas neste processo (aluno, professor e família) experimentam a sensação de frustração e fracasso. Se as estratégias de ensino não forem revistas e modificadas, o aluno acaba sendo rotulado e sua aprendizagem fica comprometida. Neste momento, a colaboração entre o professor especializado e o professor comum pode transpor barreiras e qualificar o trabalho pedagógico. Já imaginou se todos fossem iguais a você? Gostassem das mesmas coisas e tivessem a mesma opinião?  Falassem todos as mesmas coisas ? Seria bem tedioso não acha ? Todos repetindo as mesmas falas, ter a mesma opinião, realizar as mesmas atividades...

 

brincadeira com elasticos

(Foto 2: Núcleo de Inclusão, com a Profª Daniella Freitas)

 

Na vida real acontece exatamente o contrário. É provável que não encontremos ninguém igual a nós, é isto que torna as pessoas e o mundo interessantes, ou seja, as diferenças. Diferentes nas opiniões, nas ideias, no aprendizado. Ao respeitarmos o ponto de vista das outras pessoas, aceitarmos as pessoas como elas são, estaremos tendo uma atitude muito importante, a prática da Inclusão.

Existem diferentes tipos de Inclusão, encontramos no mundo diversidade em todos os aspectos: várias culturas, várias maneiras de viver. E quando estimulamos o desenvolvimento dos potenciais nos seres humanos, e exploramos o benefício que eles podem trazer para todos, independente da classe social, estamos praticando a Inclusão social.

Existe um local que deve ser exemplo na prática da inclusão - a Escola - porque além desses tipos de Inclusão que já falamos existe também a inclusão dos deficientes. Para estes existem leis que os acobertam, o difícil é fazer-se cumprir estas leis, para que seja garantido a sua atuação e inserção na sociedade. Em nosso trabalho em sala de aula, se faz necessário procurar formas adequadas para transmitir o conhecimento e avaliar. Não podemos esquecer-nos das diferenças individuais, cada pessoa possui um ritmo diferente ao aprender, precisa haver um maior esclarecimento em como podemos valorizar a capacidade de cada um, proporcionando-lhes diferentes possibilidades.  Incluir na Educação Infantil significa romper com o atual paradigma educacional.

 

jogo-com-vendas

(Foto 3: Creche Alto São Marcos)

 

Os especialistas em inclusão afirmam que a escola, organizada como está, produz a exclusão. Os conteúdos curriculares são tantos que tornam alunos, professores e pais reféns de um programa que pouco respeita as particularidades e interesses das crianças. Além disso, existem as demais barreiras: falta de formação dos professores para atender estas crianças sem segregá-las, arquitetônicas (ausência de rampas, banheiros adaptados e recursos adaptáveis às necessidades de cada um), e acompanhamento de profissionais de áreas diversas que dão suporte ao trabalho pedagógico desenvolvido (saúde e assistência social). Em termos gerais as escolas necessitam se redefinir em seu curriculum para que haja uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconheça e valorize as diferenças, esta mudança é extremamente relevante, pois o processo para o desenvolvimento pleno destas crianças, que permitam garantir um futuro mais justo, onde seja apresentado, um mundo igual para todos. Isso ocorre não só com crianças com deficiência. A escola trabalha com um padrão de aluno e quem não se aproxima dele, é excluído.

No município da Barra de São Miguel, foi criado um espaço em que a criança é atendida mediante a especificidade de sua limitação e/ou limitações. Uma instituição denominada:     

Nucleo de Inclusão de Barra de São Miguel

O Projeto Incluir Brincando está enriquecendo e ampliando este trabalho de forma significativa, com matérias de qualidade, formadoras qualificadas e extremamente experientes, como também dedicadas que nos inspiram como exemplo para prosseguir, as dificuldades e entraves existem para que sejam superados, precisam ser encarados como desafios. Cada escola está gradativamente integrando o projeto em sua rotina, algumas escolas já possuíam em sua prática atividades inclusivas, embora não houvesse a participação direta da comunidade.

As escolas já possuíam um período de integração Cultural com o Projeto Escola na Praça, onde cada Instituição expõe seus trabalhos e projetos para comunidade; no município existe um festival gastronômico “MASSUNIM”, a festa da Padroeira “Nossa Senhora SANTANA” que promove parcerias em doações de pratos típicos para as barracas, concluindo as noites com leilões. A secretaria de Educação sempre promove Palestras e Debates de alta qualidade com profissionais de renome da Universidade Federal de Alagoas e outros; a ONG anteriormente citada promove diversas oficinas para comunidade; nossos alunos são oportunizados pela Secretaria de Educação a participar na Bienal do Livro no Centro de Convenções de Maceió. Existe uma parceria com a universidade onde professores que não possuíam nível superior foram oportunizados a ingressarem no próprio município e anteriormente em um município vizinho Marechal Deodoro. 

O projeto ampliou de forma sistemática a prática do incluir brincando com a comunidade, através de oficinas para confeccionar brinquedos e jogos com matérias reutilizáveis, buscar parcerias, integrando desta forma as demais instituições e comunidade tais como: O envolvimento da ONG Pense Brasil, Conselho Tutelar, CRAS, PETI, Secretaria de Saúde e Secretaria de Cultura.

                                                                            

 

BIBLIOGRAFIA

 

VYGOTSKY, L. S; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.

VYGOTSKY, L. A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança.

Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento SocialCOPPE/UFRJ, Rio de Janeiro-RJ, 2008.

Kédja Lopes Q. Rodrigues

Kédja Lopes Q. Rodrigues

Secretaria de Educação - Barra de São Miguel, Alagoas

Gostou desse artigo? Comente!