O ex-presidente americano Bill Clinton é visto em 29 de outubro de 2014
Nova York (AFP) - O diretor Martin Scorsese arquivou seu documentário sobre Bill Clinton, que já estava parcialmente concluído, por divergências com o ex-presidente americano sobre o controle e a edição final do projeto - informou o jornal "The New York Times" nesta sexta-feira.
De acordo com o NYT, o filme foi adiado por tempo indeterminado. Bill Clinton não estaria convencido de que, em meio à possibilidade de candidatura de sua mulher, Hillary, à presidência dos EUA em 2016, este seria um bom momento para dar munição a seus críticos e adversários.
A assessoria de Clinton tentou filtrar e sugerir algumas das perguntas da entrevista e exigiu dar a última palavra na edição final. A equipe de Scorsese rejeitou a interferência, revelou o NYT, citando fontes anônimas ligadas ao projeto.
De acordo com o jornal, o porta-voz de Clinton, Matt McKenna, negou que o projeto esteja paralisado por diferenças em relação ao conteúdo e considerou esses comentários "inexatos".
Nem o escritório de Clinton, nem a HBO, emissora que financiou o projeto, responderam as perguntas da AFP, nesta sexta. Já um representante da Sikelia Productions, a produtora de Scorsese, disse apenas que a equipe se encontra em Taiwan, preparando o próximo filme do diretor, "Silence".
Esta não seria a primeira vez que um filme sobre os Clinton não vai adiante.
Em 2013, o cineasta Charles Ferguson desistiu de fazer um documentário sobre Hillary para a CNN. Pouco depois, a NBC Entertainment cancelou o projeto de uma minissérie sobre a ex-primeira-dama.
Na época, Ferguson contou que os republicanos se queixavam de que o filme promoveria a esperada - mas ainda não confirmada - disputa da ex-secretária de Estado americana pela presidência. Além disso, os democratas se negavam a falar com ele.
"Descobri que ninguém - e quero dizer realmente ninguém - estava interessado em ajudar a fazer esse filme", desabafou.