Polícia prende suspeito de lançar rojão que matou cinegrafista no Rio de Janeiro

(10 fev) Manifestantes se exaltam no Rio de Janeiro durante um protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus


12/02/14 12:30 - Atualizado em 12/02/14 12:30

(10 fev) Manifestantes se exaltam no Rio de Janeiro durante um protesto contra o aumento do preço das passagens de ônibus

Rio de Janeiro (AFP) - Caio Silva de Souza, 23 anos, suspeito de lançar um rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade em um protesto na última quinta-feira no Rio de Janeiro, foi preso na Bahia nesta quarta-feira.

O suspeito, auxiliar de serviços gerais de uma empresa que presta serviços a um hospital público, foi detido em uma pousada de Feira de Santana, no estado da Bahia, a mais de 1.500 km do Rio de Janeiro.

Ele era procurado pela polícia desde segunda-feira, quando a justiça do Rio de Janeiro emitiu sua ordem de prisão. 

Caio Silva de Souza foi enviado de volta ao Rio em um avião na manhã desta quarta-feira.

O jovem teria declarado à polícia que tinha a intenção de se esconder na casa de seu avô, no estado do Ceará, mas que sua namorada o aconselhou a entregar-se às autoridades, segundo o site de notícias G1.

Ele é acusado de ter lançado em direção à polícia o artefato explosivo que atingiu a cabeça do cinegrafista da rede Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, que filmava a manifestação contra o aumento do preço das passagens de ônibus no Rio de Janeiro.

Outro manifestante, Fabio Raposo, de 22 anos, já em prisão preventiva, foi quem repassou o artefato. 

Os dois manifestantes devem responder por homicídio doloso, quando se tem a intenção de matar, e uso de explosivo. Podem receber uma pena máxima de 35 anos de prisão. 

No momento de sua detenção, Caio Silva de Souza alegou que não sabia que o artefato que estava lançando era um rojão e pediu "perdão pela morte de um trabalhador", como ele, segundo o G1.

Santiago Andrade morreu na segunda-feira, depois de passar cinco dias em coma. A família doou os órgãos do cinegrafista e ele será cremado na quinta-feira.

A morte do jornalista teve grande impacto no Brasil. A presidente Dilma Rousseff considerou "inadmissível que as manifestações democráticas sejam descaracterizadas pelos que não têm nenhum respeito pela vida".

A quatro meses do início da Copa do Mundo, muitas pessoas criticam a violência dos 'Black Bloc', que levaram as manifestações a violentos confrontos com uma polícia mal preparada para manter a ordem. 

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