ONU rejeita queixa do Japão sobre visita de Ban ki-moon à China

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante entrevista coletiva em Paris, no dia 26 de agosto de 2015


22/09/15 15:18 - Atualizado em 22/09/15 15:18

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante entrevista coletiva em Paris, no dia 26 de agosto de 2015

Nova York (AFP) - As Nações Unidas rejeitaram nesta quinta-feira as queixas japonesas contra o plano do secretário-geral Ban Ki-moon assistir um desfile militar em Pequim, e assegurouque a comemoração relativa à Segunda Guerra Mundial é uma oportunidade para refletir sobre o passado.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, enfatizou que Ban participou este ano em eventos similares na Polônia, Ucrânia e Rússia.

"Ban espera que todos os países usem esta oportunidade para refletir sobre o passado e obviamente olhar para o futuro", afirmou Dujarric.

O governo japonês lamentou nesta segunda-feira o comparecimento do secretário-geral da ONU ao desfile previsto para quinta-feira na China para celebrar a rendição do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. 

O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, pediu à ONU, uma organização de 193 países, que dê mostras de "neutralidade". 

"Queremos estimular os Estados membros a olhar para o futuro e não para que fiquem concentrados inutilmente em acontecimentos específicos do passado", declarou Suga. 

A China, que deseja celebrar com grande pompa o 70º aniversário da derrota japonesa, organizará na quinta-feira um desfile, o primeiro desde 2009, para mostrar seu poderio militar. Quase 12.000 soldados caminharão pela Praça Tiananmen (Paz Celestial), que será sobrevoada por 200 aviões. 

Além de Ban Ki-moon, quase 20 chefes de Estado e de Governo comparecerão à cerimônia, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, e a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye. 

Muitos governantes estrangeiros recusaram no entanto, o convite França e Itália enviarão os ministros das Relações Exteriores, mas Estados Unidos, Alemanha e Canadá serão representados apenas por embaixadores. 

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe adiou uma visita prevista para esta semana a China e preferiu permanecer à margem, pois, segundo a imprensa local, está preocupado com o caráter antijaponês do desfile.

O Japão ocupou uma parte da China entre os anos 1930 e o fim da Segunda Guerra Mundial. 

 

 

  •