Justiça manda soltar policias que mataram e arrastaram mulher no Rio

No documento, juíza cita que os PMs transportaram vítima no porta malas por terem sido hostilizados por moradores da comunidade


Redação TV Cultura Jornalismo

20/03/14 19:47 - Atualizado em 20/03/14 19:50

mulher arrastada

A Justiça mandou soltar nesta quinta-feira (20) os três policiais envolvidos na morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, 38, no último domingo (20). A decisão foi da juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar.

No Ministério Público do Rio, a promotoria disse concordar com o pedido de liberdade feito pela defesa dos suspeitos, detidos desde o dia 16. Os advogados dos três policiais alegam que não há necessidade de eles ficarem detidos enquanto as investigações estiverem em curso.

Na decisão, a juíza incluiu relatos do auto da prisão em flagrante. O documento aponta que os PMs decidiram transportar a mulher no porta-malas por terem sido hostilizados por moradores da comunidade. Em conclusão, a magistrada diz que pelas imagens não dá para se chegar à conclusão se os PMs tinham ou não ciência de que a mulher estava sendo arrastada.

"Assim sendo, por mais fortes, chocantes e, até mesmo revoltantes que sejam as imagens da senhora Cláudia Ferreira da Silva, já baleada, sendo arrastada no asfalto presa ao reboque da viatura, dos termos dos autos do APF [auto de prisão em flagrante] não é possível inferir que os policiais militares presentes na viatura conheciam tal circunstância e a ignoraram. Ao contrário, o que mostram as imagens é que a viatura parou e dois policiais desceram para a colocarem de volta no interior da viatura", afirma a magistrada no despacho.

A juíza afirma que o compartimento de presos da viatura não é o local correto para o transporte de uma pessoa baleada, mas que "as circunstâncias que levaram os policiais a agir desta forma serão melhor avaliadas pelo Conselho Permanente de Justiça, caso sejam denunciados e processados pelo crime previsto no art. 324 do Código Penal Militar."

O MP informou que os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Arcanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves quando a Polícia Civil concluir as investigações.

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