Israel justifica tentativa de matar líder militar do Hamas

Ofensiva israelense, iniciada em 8 de julho, deixou mais de 2.000 mortos do lado palestino; em Israel morreram 67 pessoas, incluindo 64 soldados


Jornalismo

20/08/14 06:56 - Atualizado em 20/08/14 07:47

Palestinos diante de edifício destruído por ataque aéreo israelense em Gaza

Jerusalém (AFP) - Israel justificou nesta quarta-feira (20) o bombardeio aéreo sobre Gaza que matou a esposa e o filho do líder do braço armado do Hamas, Mohamed Deif, ao alegar que foi uma tentativa de "liquidar" o dirigente.

"Mohamed Deif merece a morte como (o ex-líder da Al-Qaeda, Osama) Bin Laden. É um alvo legítimo e quando se apresenta uma oportunidade é preciso explorá-la para liquidá-lo", declarou o ministro do Interior, Gideon Saar, à rádio militar.

O ministro afirmou que não sabe se o comandante das Brigadas Ezedin al-Qasam, o braço armado do movimento islamita que controla a Faixa de Gaza, morreu durante o bombardeio contra a cidade de Gaza.

Em seu canal de televisão, Al-Aqsa, o Hamas convocou os moradores de Gaza a comparecer nesta quarta-feira ao funeral da esposa e do filho de Deif, mortos no ataque de terça-feira que também deixou 45 feridos.

De acordo com os serviços de emergência, nove palestinos, incluindo uma mulher grávida de nove meses, morreram desde a trégua entre Israel e Hamas foi rompida na terça-feira.

A ofensiva israelense, iniciada em 8 de julho, deixou mais de 2.000 mortos do lado palestino. Em Israel morreram 67 pessoas, incluindo 64 soldados.

Apresentado por Israel como o "engenheiro" das Brigadas al-Qasam e o "cérebro" de atentados suicidas, Mohammed Deif já escapou de cinco tentativas de assassinato do exército hebreu. Ele assumiu o comando das Brigadas al-Qasam após a morte de Salah Shehadeh em um ataque aéreo em 2002.

O governo do Egito pediu  a israelenses e palestinos que retomem as negociações no Cairo.

"O Egito prossegue com os contatos com as duas partes, palestina e israelense, para pedir que respeitem outra vez um cessar-fogo e continuem com as negociações de forma positiva, para alcançar um acordo que garanta um cessar-fogo permanente", afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

 

 

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