EUA saúdam dia histórico e Cuba se diz disposta a discutir os DH

O chefe da diplomacia americana, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, em Havana, no dia 14 de agosto de 2015


14/08/15 15:20 - Atualizado em 14/08/15 15:20

O chefe da diplomacia americana, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, em Havana, no dia 14 de agosto de 2015

Havana (AFP) - O chefe da diplomacia americana, John Kerry, declarou nesta sexta-feira em Havana que Cuba e Estados Unidos vivem um dia histórico.

"Este é um momento histórico. Hoje é um dia histórico", ressaltou Kerry em uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, após a cerimônia de hasteamento da bandeira na embaixada americana em Havana depois de 54 anos.

Kerry também descartou que o próximo presidente dos Estados Unidos vá reverter o processo de normalização das relações com Cuba.

"Não posso imaginar um presidente (...)  jogando tudo pela janela. Eu não vejo isso", afirmou Kerry ao ser consultado a respeito.

Já o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, falou para seu colega americano que o levantamento do embargo econômico sobre a ilha é essencial para a normalização dos laços entre os dois países.

"Reiterei ao secretário de Estado que o levantamento total do bloqueio é essencial para poder ter relações normais com os Estados Unidos, assim como a devolução do território que é usurpado de nosso país na base naval da Baía de Guantánamo", disse o chanceler cubano.

Rodríguez disse ainda que Cuba está disposta a abordar com os Estados Unidos temas difíceis, entre eles os direitos humanos.

"Temos concepções diferentes quanto à soberania, democracia e direitos humanos. Tendo aberto um diálogo bilateral em matéria de direitos humanos (...), estamos dispostos a conversar sobre qualquer um destes temas, aceitando que em alguns deles será difícil entrar em acordo", declarou Rodríguez.

Cinquenta e quatro anos depois de ter sido retirada, a bandeira americana voltou a ondular na embaixada dos Estados Unidos em Cuba, depois de ser hasteada nesta sexta-feira na presença de Kerry, que chamou o momento de "memorável".

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