Conheça a história, os fatos e as versões do genocídio armênio

Membros da comunidade armênia seguram uma bandeira da Armênia durante manifestação, em Jerusalém, no dia 24 de abril de 2015


24/04/15 14:55 - Atualizado em 24/04/15 14:55

Membros da comunidade armênia seguram uma bandeira da Armênia durante manifestação, em Jerusalém, no dia 24 de abril de 2015

Erevan (AFP) - Os armênios em todo o mundo lembram nesta sexta-feira o centenário do massacre sofrido por seus antepassados no Império otomano durante a Primeira Guerra Mundial, uma tragédia denunciada pela Armênia como genocídio, embora a Turquia rejeite energicamente este termo.

Estes são os principais marcos destes massacres e deportações, cometidos entre 1915 e 1917, que seguem afetando as relações turco-armênias:

 

História do conflito 

 

Após séculos de dominação persa e bizantina, o território da Armênia histórica se divide em meados do século XVI entre os impérios russo e otomano. Entre 1,7 e 2,3 milhões de armênios vivem no Império otomano em 1915, segundo as estimativas dos historiadores ocidentais.

As autoridades otomanas acusam os súditos armênios de deslealdade com o Império desde o nascimento, no fim do século XIX, de um movimento nacionalista que exige a autonomia dos armênios.

Entre 100.000 e 300.000 armênios teriam sido massacrados em 1895-1896 durante o reinado do sultão Abdul Hamid II.

Descrição da batalha dos Dardanelos, em 1915, um dos maiores fracassos dos aliados na Primeira Guerra Mundial. (134 x 150 mm)

Em outubro de 1914, o Império otomano entra na Primeira Guerra Mundial, ao lado de Alemanha e Áustria-Hungria. Quando o Império sofre grandes perdas nos combates que afetam as províncias armênias, as autoridades responsabilizam os armênios e lançam uma campanha propagandística que os classifica de inimigo interno.

Em 24 de abril de 1915, milhares de armênios suspeitos de sentimentos nacionalistas hostis ao Governo central são detidos. A maioria deles são executados posteriormente ou deportados e 24 de abril é, desde então, para os armênios de todo o mundo o dia comemorativo do genocídio armênio.

 

Cadeia de acontecimentos

 

Em 26 de maio de 1915, uma lei especial autoriza a deportação dos armênios por razões de segurança interna, seguida no dia 13 de setembro de uma lei que ordena o confisco de seus bens.

A população armênia de Anatólia e Cilicia é condenada ao exílio nos desertos da Mesopotâmia. Muitos armênios morrem no caminho ou em campos.

Inúmeros armênios são queimados vivos, afogados, envenenados ou vítimas do tifo, segundo informações de diplomatas estrangeiros e agentes secretos da época.

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