AI denuncia limpeza étnica na República Centro-Africana

Manifestantes ameaçam muçulmanos no 5º distrito de Bangui em 9 de fevereiro


12/02/14 07:30 - Atualizado em 12/02/14 07:30

Manifestantes ameaçam muçulmanos no 5º distrito de Bangui em 9 de fevereiro

Libreville (AFP) - A ONG Anistia Internacional denunciou, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, uma verdadeira "limpeza étnica" de civis muçulmanos no oeste da República Centro-Africana, que as forças internacionais presentes no país "não conseguem impedir".

"Os soldados da força internacional para a manutenção da paz não conseguem impedir a limpeza étnica de civis muçulmanos no oeste da República Centro-Africana", afirma a ONG no comunicado, pedindo à comunidade internacional para "controlar fortemente as milícias anti-balaka e enviar tropas suficientes para as cidades, nas quais os muçulmanos estão ameaçados".

A situação no país se deteriorou após a queda do presidente François Bozizé, em março de 2013, deposto por Michel Djotodia e pela rebelião Seleka, que tomaram as armas no final de 2012.

Depois da saída forçada de Djotodia em janeiro, o país entrou em uma espiral de violência interconfessional com o surgimento dos "anti-balaka" - milícias camponesas de autodefesa, dominadas por cristãos. Eles estão decididos a se vingar dos Seleka, assim como da população muçulmana em geral.

Integrado por muçulmanos em sua maioria, o movimento de Michel Djotodia foi acusado de ter cometido inúmeros atos violentos contra a população cristã.

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