Carboidrato do soro de queijo aumenta imunidade a doenças, diz estudo

Pesquisadores sugerem usar substância que imita leite materno como imunizante de pacientes com Aids e câncer


Redação TV Cultura Jornalismo

14/05/15 16:16 - Atualizado em 14/05/15 16:53

Queijo Um grupo de pesquisadores americanos quer usar o carboidrato do soro do leite como imunizante para pacientes com Aids ou submetidos a quimioterapia. A ideia parte de um estudo que comprova a eficácia do leite materno como um imunizante.

O leite que o bebê recebe da mãe possui carboidratos, oligossacarídeos que servem de alimento para bactérias benéficas, como a Bifidobacterium infantis.

Em entrevista à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Daniela Barile, professora do Instituto de Ciências e Tecnologia de Alimentos da Universidade da Califórnia em Davis, Estados Unidos, explica que essas bactérias benéficas se proliferaram e se colonizam no intestino, aumentando a imunidade. Assim, os bebês ficam mais protegidos contra infecções e doenças causadas por micróbios.

“Evidências mostram que o leite materno promove a saúde intestinal dos bebês, ajudando a aumentar a imunidade e protegê-los de uma ampla gama de problemas de saúde, como obesidade, diabetes, problemas de fígado e doenças cardiovasculares”, afirma.

Com isso, o grupo de pesquisadores decidiu obter do soro de leite permeado – um produto obtido por meio da remoção parcial da proteína do soro de leite – oligossacarídeos semelhantes aos do leite materno humano. A ideia é incluí-los em suplementos alimentares para restaurar o equilíbrio microbiano no trato digestivo e possibilitar o aumento da imunidade de pessoas com sistemas imunológicos comprometidos que não possam receber o leite materno.

“A descoberta de oligossacarídeos no soro de leite permeado abre novas possibilidades de aplicação dessas moléculas alternativas, que imitam o mais próximo possível as características estruturais e funcionais dos oligossacarídeos do leite humano, em suplementos e produtos lácteos, com o intuito de diminuir os desequilíbrios microbianos no intestino de crianças e adultos”, avalia.

 

Com informações da Fapesp

relacionadas