Panelaços que marcaram a história da política pelo mundo

Movimento, que teve início na década de 1970 no Chile, passou a ser o grito de muitos povos; veja


Redação TV Cultura Jornalismo

10/03/15 15:05 - Atualizado em 10/03/15 15:08

Exposição Diretas JáUm dos principais assuntos desta semana foi o panelaço realizado durante o pronunciamento da presidente, no domingo (8), sobre a atual crise econômica e política em que se encontra o Brasil. Enquanto Dilma pedia paciência ao povo brasileiro na TV, em rede nacional, pessoas de todo o país batiam panelas como forma de protesto ao governo.

Mais conhecidos na América do Sul como cacerolazo, os panelaços marcaram a história de muitos países e até de movimentos específicos. O ato de bater panelas se tornou, então, um símbolo de descontentamento, seja ele qual for. 

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Chile

O primeiro panelaço registrado na história ocorreu no Chile, entre 1971 e 1973, durante a ditadura militar. Depois do Chile, os panelaços também surgiram em países da Europa, como Espanha e Itália.

Uruguai

O movimento também aconteceu durante a ditadura militar do Uruguai, entre 1982 e 1984. Em 2002, o país reviveu os panelaços contra o presidente Jorge Batlle, por causa da crise econômica.

Venezuela

Na década de 1990, foi a vez que do presidente venezuelano Carlos Andrés Pérez ser alvo da bateção de penelas. Hugo Chávez, na época tenente-coronel, aproveitou o panelaço para tentar dar um golpe em 1992.

Argentina

Um dos mais marcantes panelaços da história aconteceu em 12 de setembro de 1996 na Argentina. O motivo que levou o povo às ruas foi a política econômica e social do presidente Carlos Menem. O movimento teve impacto nacional e mobilizou pessoas de todas as regiões, principalmente da capital argentina.

Desde então, o país adotou o panelaço como uma forma de mobilização contra o governo. Em 2001, 2002 , 2008 e 2012 foram registrados novos atos desse tipo. O último foi mobilizado contra a atual presidente Cristina Kirchner. Cerca de um milhão de pessoas participaram de ato contra a gestão de Kirchner.

Espanha

Essa forma de protesto chegou à Espanha em 2004. Foram movimentos espontâneos, que surgiram em dias de campanhas eleitorais. O país havia acabado de viver ataques terroristas em Madri, contra o governo de José María Aznar. Depois, novos eventos similares ocorreram em 2005 e 2011.

Islândia

No país nórdico insular, a mobilização foi chamada de “Revolução dos Panelaços” e ocorreu em 2009 durante a crise financeira. Em 20 de janeiro daquele ano, milhares de pessoas protestaram em frente ao Parlamento, em Reykjavik, pedindo a renúncia de autoridades islandesas e novas eleições.

Canadá

Uma lei aprovada pelo governo de Quebec, que reprimia manifestações, não impediu que a população fosse às ruas protestar com um panelaço.

Colômbia

Em 2012, o ato contou com a participação de estudantes, sindicatos, fundações e organizações colombianas, que resolveram protestar contra a reforma tributária do país, realizada no governo de Juan Manuel Santos. Mais de 20 cidades participaram do movimento.

Brasil

Em 24 de abril de 1984, por meio de um panelaço, brasileiros das principais cidades do país protestaram pelo Diretas Já, evento que marcou a história da política nacional.

Em meados de 1980, o panelaço reivindicava o fornecimento de água na cidade de Ilhéus, na Bahia. 

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