Especialistas de diversas áreas discutem soluções para que cenário de turbulência nacional seja alterado e comece a apresentar melhora
Desde 2013, com as manifestações de junho, milhares de brasileiros vêm reivindicando mudanças políticas, sociais e econômicas para o país. A falta de solução para esses problemas culminou em uma crise, que agora está instaurada no governo. Mas afinal, que crise é essa?
Para responder a essa pergunta, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ouviu alguns profissionais especializados em diferentes áreas. O objetivo é refletir sobre a real situação do Brasil e quais seriam as soluções para que o cenário nacional melhore.
Segundo o cientista político Fernando Schüler, o modelo de presidencialismo de coalisão já está ultrapassado e fez com que o Brasil se fechasse para o mundo. “O país não fez as mudanças necessárias. Não fez a reforma da previdência, nem a tributária, não fez ajustes políticos”, explica.
Já para o jornalista Roberto Pompeu de Toledo, as manifestações indicam a necessidade de uma república mais... republicana. “Porém, há pouca elaboração intelectual nos discursos”, lamenta.
O cientista político José Álvares Moisés segue a mesma linha de Toledo, e lembra que a educação política é fundamental para atravessar o atual momento de turbulência. “Precisamos nos livrar da corrupção e ter mecanismos por meio dos quais a sociedade possa se apropriar do conhecimento e implicações desse fenômeno e, ao mesmo tempo, que mude a cultura leniente com a corrupção”, analisa.
Quando o assunto chega à corrupção, o economista Gustavo Franco aponta a situação como sendo de “capitalismo de máfia”, mas lembra que "temos defesas poderosas, como o Ministério Público, como poder independente, e a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Para Marcos Troyjo, colega de profissão de Franco, a maior carência da população brasileira é a falta de uma liderança que una o povo. Troyjo ainda afirma que "temos um país dividido”.
O cenário de crise vai além da atualidade. Segundo o cientista político Luiz Felipe D’Ávila, trata-se de uma herança, um reflexo do que não foi feito no passado. “Temos que ver a crise como oportunidade de enfrentar os reais problemas, não para dissimular falsas soluções”, conclui.
Confira a entrevista completa:
Com informações da FecomercioSP
Projeto do Instituto Moreira Salles reúne especialistas na obra de Euclides da Cunha. Ouça
Para Gaudêncio Torquato, Bolsonaro deve começar a governar para todos os brasileiros, não apenas para aqueles que o elegeram
Para Claudio Gonçalves Couto, governo tende a indicar pessoas próximas para cargos importantes
Para Cristovam Buarque, ministro da Educação do primeiro governo Lula, avanços no ensino estão ameaçados
Número de cadeiras consultivas passa de 96 para apenas 23