Para ex-ministro, reforma deve levar em conta soberania popular, exercício da cidadania e o livre pluralismo; participação popular é fundamental para reformar a política
Texto: Guilherme Torres / Edição: Luiz Genro Jornalismo
29/01/15 13:26 - Atualizado em 29/01/15 13:35
No painel sobre a necessidade de promover uma reforma política - que faz parte do seminário Reforma Política Já, promovido, nesta quinta-feira (29), pela Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) em parceria com a TV Cultura -, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou que é preciso aperfeiçoar e qualificar a democracia.
Para ex-ministro, a reforma política deve seguir três princípios presentes na Constituição: a soberania popular, procurando sempre facilitar a vida do eleitor; o exercício da cidadania, cobrando instituições e institutos públicos; e o livre pluralismo político, já que a sociedade possui diferentes ideologias.
Ayres Britto disse ser "radicalmente contra o financiamento de campanha por empresas". Segundo ele, esse tipo de financiamento acaba com a ideologia política dos partidos. Britto disse também que "a corrupção é o principal ponto de fragilidade estrutural do país" e sustentou que a reforma política passa pela reestruturação geral de todos os partidos políticos.
Já para o cientista político e professor Ney Edson Prado, a volta da participação popular é um fator primordial para se realizar uma reforma política. Prado defende o uso do voto como instrumento de poder e o controle da sociedade sobre as decisões do governo. O professor afirmou, ainda, que a população demonstra querer mudar a situação do país, "As pesquisas, a voz da rua, e este próprio seminário demonstram o desejo de nós encontrarmos uma solução para os problemas políticos da nação".
O presidente do conselho da Fundação Padre Anchieta e ex-secretário de Justiça de São Paulo, Belisário dos Santos Júnior, destacou que a imagem da política nacional dos últimos anos fez com que a população abandonasse a participação organizada e deixasse de confiar nas instituições públicas. Para ele, a corrupção que se instalou no sistema é uma fraude da democracia.
Luiz Flávio D'Urso, ex-presidente da OAB-SP, finalizou o debate fazendo um apelo aos jovens para que se interessem mais por política, já que, segundo ele, "democracia sem políticos é impossível".
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