Índice Nacional de Confiança aponta pessimismo da população com economia

Segundo levantamento, além dos fatores macroeconômicos, resultado também está ligado à crise política vivida no Brasil


Redação TV Cultura Jornalismo

10/08/15 19:44 - Atualizado em 10/08/15 19:58

pessoas andando na rua - divulgaçãoSegundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Índice Nacional de Confiança (INC) registrou 84 pontos em julho, uma queda de 16 pontos em relação ao mês anterior. Foi a primeira vez que o índice ficou abaixo dos 100 pontos. No INC, valores acima de 100 pontos significam otimismo, já números abaixo desta marca representam o pessimismo dos brasileiros.

"A economia não piorou tanto de um mês para o outro. Portanto, o INC indica que, além dos fatores macroeconômicos, a crise política também tem alterado a percepção do brasileiro, que está perdendo a confiança. Os poderes precisam achar um consenso a respeito do que fazer no Brasil para superar essas crises", analisa Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).

Em julho do ano passado, o INC marcou 144 pontos, 60 a mais que no mesmo mês deste ano. Já em 2015, os valores são os seguintes: 137 em janeiro, 128 em fevereiro, 117 em março, 103 em abril, 105 em maio, 100 em junho e 84 em julho.

Regiões e classes socioeconômicas

Este mês também foi a primeira vez que a confiança de todas as regiões e classes socioeconômicas brasileiras ficaram no campo do pessimismo. Diferente dos outros meses de 2015, em junho, o Sul foi a região que teve o maior índice de pessimismo: 67 pontos, sobre 100 pontos em junho. Essa queda acentuada pode ser explicada pelos eventos climáticos adversos - que têm prejudicado a economia local - e pela situação das finanças no Rio Grande do Sul, além das crises econômica e política já citadas. Nas demais áreas foram registrados 83 pontos no Sudeste (90 em junho), 90 no Norte/Centro-Oeste (109 em junho) e 93 no Nordeste (111 em junho).

Segundo o levantamento, a classe AB foi a mais pessimista em julho, com INC de 75 pontos, contra 81 no mês anterior. A classe C marcou 85 pontos e a DE assinalou 89 pontos. Essas parcelas da população são mais sensíveis às elevações dos preços e da taxa de desemprego.

"Apesar de ter mais condições de compra, a classe AB é a mais pessimista. Então, realmente não é apenas uma questão econômica que está afetando os consumidores brasileiros. Há um fator político que está pesando muito. E isso contribui para aumentar a incerteza", diz Burti.

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