Desigualdade social na infância ainda é desafio

É preciso tratar a criança não como consumidora e sim como cidadã


Educação

26/05/11 13:32 - Atualizado em 26/05/11 19:23

Workshop - As crianças do brasil - Mário VolpiA TV Cultura transmitiu o workshop Crianças do Brasil, na manhã da quinta-feira, (26/05) que visa discutir o que as crianças devem ter acesso de conteúdos na mídia televisiva. Um dos palestrantes foi o coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes da Unicef do Brasil, Mario Volpi que falou ao público que as crianças têm a capacidade de olhar para algo desconhecido e criar hipóteses. “Temos que resgatar o papel do educador do adulto”, comentou.

Ele fez uma palestra sobre o contexto da infância no Brasil. Um dos desafios é que ainda existem crianças de cinco anos que trabalham forçadamente. E que existe uma diferença social muito grande no país. A pobreza atinge mais de 50% das crianças negras. “Uma criança negra tem três vezes mais chances de morrer do que uma criança branca ao fim de um ano. Já o indígena tem cinco vezes mais”, comentou.

Outro cenário é a necessária transformação da mídia, para tratar a criança não como consumidora e sim como cidadã. E ainda reiterou que uma dica é ouvir os pequenos para fazer o documento que pode dar base a uma nova temporada do Vila Sésamo, a ser produzida pela TV Cultura. “E queria trazer um desafio de tratar as questões da infância com o olhar da diversidade. Precisamos avançar na reflexão de perceber a infância não pela visão de futuro, do que a criança pode vir a ser, mas tratar a criança pelo o que de fato ela já é”.

Workshop As Crianças do Brasil - Elvira SouzaJá a pesquisadora da área de Educação, Mídia e Cultura, Elvira Souza Lima afirmou que a tecnologia trouxe uma democratização de acesso à informação. “Isso traz um novo conceito foi um momento muito importante, que são mudanças grandes dentro da mesma geração”. Ela também falou que a imaginação está ligada à memória e que os adultos têm que ampliar o acervo das crianças, para poder ampliar as formas de relação e pensar. “O contexto vai formar a pessoa e atualmente não é apenas a casa ou o bairro, mas também a tecnologia”, disse a pesquisadora.

Ela também argumentou que a criança desenvolve a fala desde os primeiros dias de vida no útero. E o caminho do desenvolvimento dela vai ser definido pelos conteúdos e experiências que ela tiver. “A televisão nesse sentido é muito importante, pois ela transpassa a nossa vida”, reiterou. “Nós temos uma direção nos caminhos da infância que é determinada pelos primeiros anos de vida, quando ela já toma decisões”, completou Lima, dizendo que não é só o conteúdo a ser colocado nos programas de televisão, mas de que forma.

O workshop, que teve como mestres de cerimônias o Júlio, personagem do Cocoricó e a Bel, da Vila Sésamo, discutiu diretrizes pedagógicas para a série americana. O evento tem como principal objetivo identificar as problemáticas e características da Educação Infantil no Brasil e, a partir delas, estabelecer os conteúdos mais relevantes para a condução de um projeto de mídia educativa para crianças em idade pré-escolar (03 a 05 anos).
 

Veja vídeos das palestras





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