Dias 9 e 10 de dezembro marcam os dois extremos da vida de uma das principais escritoras do país
Em 10 de dezembro de 1920, nasceu em solo ucraniano a jornalista e escritora Clarice Lispector, personalidade que passou quase toda a vida no Brasil – país que adotou como sua verdadeira pátria – e se tornou um dos grandes nomes da literatura nacional. Para a tristeza dos brasileiros, ela partiu de forma precoce, vítima de um câncer, em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu aniversário de 57 anos.
Graduada em Direito, Clarice preferiu seguir pelos caminhos do Jornalismo e da Literatura, sendo este segundo o que a tornou mais conhecida. Escreveu romances, contos e crônicas, e atendeu a públicos de todas as idades, tendo inclusive parte de suas obras traduzidas para outras línguas.
No modo de escrever, certas características lhe eram peculiares: suas histórias eram muito mais voltadas ao lado psicológico das personagens do que a fatos, movimentos. Além disso, nem todas as suas narrativas têm um começo, meio e fim. Esta maneira de escrever voltada para o abstrato, o sentimento, o que há dentro do indivíduo, ainda hoje faz sucesso. Muitos são os que repetem frases de Clarice como “fontes de inspiração” ou tradução de sentimentos.
No campo pessoal, a escritora teve uma vida muitas vezes conturbada. Viu a família passar por crises financeiras na infância. Perdeu a mãe aos 9 anos. Casou-se com um diplomata e por isso teve de se ausentar por um período do Brasil, país que tanto amava e onde estavam seus familiares e amigos. Separou-se. O filho mais velho tinha esquizofrenia. E após o descuido de dormir deixando um cigarro aceso, em 1966, causou um incêndio que quase a matou.
Mesmo com a vida pessoal tumultuada, Clarice produziu muitas obras e foi premiada por parte delas. Dois dos prêmios importantes que recebeu foram o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1961, por seu primeiro livro de contos, ‘Laços de família’, e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, em 1976, pelo conjunto de sua obra.
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