Carnaval na Cultura

Veja como foram os desfiles do Grupo de Acesso do Carnaval de SP

Arte & Cultura

17/02/12 16:57 - Atualizado em 24/02/12 17:37


Unidos de São LucasO Portal cmais+ acompanhou os desfiles do Grupo de Acesso do Carnaval de São Paulo. Leia aqui um resumo de cada escola que passou pelo Anhembi neste domingo.

Unidos de São Lucas foi a primeira escola a entrar na avenida, com o enredo “Raul Seixas ‘Um Maluco do Rock’ no ‘Samba Beleza’”‏. 

A escola estava apreensiva com problemas no gerador, mas o abre-alas “Salvador de todas as deusas” entrou com muito ânimo na avenida, representando a inspiração que a Bahia teve para Raul Seixas. 

As alegorias "Movimento jovem guarda" e "Sociedade alternativa" desfilaram com sucesso. Porém, o último carro, "Plunct Plact Zumm", ficou de fora por problemas técnicos e a escola deve perder pontos.

Estrela do Terceiro Milênio

“Sabedoria, o segredo da vida”, cantou a Estrela do Terceiro Milênio, que completa 14 anos em 2012. Da divindade à ciência. O tema leva um símbolo em comum com o da própria escola - a coruja. Falar sobre sabedoria foi um desafio para o grupo, que adotou na comissão de frente uma referência ao quadro surrealista de Roland Penrose. Segundo o quadro, que na avenida virou carro alegórico, um homem pode ser como uma coruja com visão de todos os ângulos.

A sabedoria divina foi abordada pela escola, lembrando que o primeiro dom divino é o Espírito Santo. Salomão e a forma como utilizava o conhecimento também não ficou de fora do desfile. 

O segundo setor abordado foi a sabedoria vinda do mitológico, com deuses como o egípcio Thot. Detalhe para as asas de marte e os demais símbolos usados pelo deus. Já no terceiro setor, a história do conhecimento e de descobertas, fazendo referências aos filósofos Sócrates, Aristóteles e Platão. Depois, uma menção ao físico Albert Einstein.
 
No encerramento do desfile, a Estrela do Terceiro Milênio mostrou que o Brasil é um país de sábios. Benzedeiras, crenças e a sabedoria popular, além dos remédios naturais no país da Amazônia; das plantas que curam.
 
peruche O juízo final cantado em samba nem pareceu algo tão temido. A ousadia veio da Unidos do Peruche. Foi uma reflexão sobre o futuro da humanidade, a história do homem desde a sua criação até as guerras apocalípticas. Uma simbologia da formação do mundo e uma teoria ao seu fim. Uma temática que assombra a humanidade contada com muitas cores, plumas e entusiasmo. 
 
Um dos carros mostrou a destruição total. Catástrofes causadas pelo homem, como despejo de lixos e a destruição da camada de ozônio. A intenção é trazer uma polêmica para o sambódromo. O carro simboliza um alerta para a humanidade, pois segundo o enredo, ainda há tempo. 
 
nene
A Nenê de Vila Matilde entrou na avenida com o tema "Chica convida... no palacio da Nenê a festa é pra você". A cultura dos negros brasileiros trouxe alegorias que tratavam do tema principal, a ex-escrava Chica da Silva, passando por Pixinguinha e Machado de Assis.
 
Na comissão de frente, a escola apresentou o estilo de vida luxuoso que Chica da Silva mantinha em Diamantina. Mas ainda assim, as tradicões do Candomblé não ficaram de fora, tanto no samba enrredo, quanto nas alegorias. 
 
casa verde

“A Casa Verde é guerreira em busca do seu ideal”. Com essa frase, a Morro da Casa Verde  entra no Anhembi relembrando guerreiros da nossa história com o enredo “Guerreiros não morrem jamais! São Jorge olhai por nós... Salve Morro da Casa Verde 50 anos de glória!”. Entre os homenageados, na luta pela preservação do meio ambiente, Chico Mendes; pela música, Clara Nunes; e pela liberdade, Zumbi dos Palmares. O que chamou a atenção do comentarista Manuel da Costa Pinto é o fato de que o enredo não seguia uma ordem cronológica. “É um enredo mais pós-moderno”, disse.

Apenas sete costureiros confeccionaram as 1600 belas e coloridas fantasias da escola, em uma prova de que a Casa Verde levou ao pé da letra seu tema deste ano. Guerreiros até o segundo final do tempo limite, a escola encerrou o desfile com 59 minutos de apresentação.
 
imperador do ipiranga

A Imperador do Ipiranga entrou no Anhembi querendo chegar às estrelas. Com o enredo “Tente alcançar a lua... Que no mínimo alcançará as Estrelas”, a escola mostrou as diversas representações que as estrelas têm na nossa cultura: de hotéis e restaurantes ao número de vitórias de um time e até como são chamados os famosos.

Torcendo para que a escola também ganhe a sua estrela de campeã e suba para o Grupo Especial do carnaval, a escola apresentou um desfile com integrantes animados, casais de mestre-sala e porta-bandeira em sincronia e bateria que animou a plateia na arquibancada.

Acadêmicos do Tatuapé

Comemorando 60 anos, a escola Acadêmicos do Tatuapé escolheu homenagear um dos grandes nomes do carnaval. Com um samba metalinguístico,  a cantora e compositora Leci Brandão teve sua trajetória de vida prestigiada no sambódromo. Ela foi uma das primeiras mulheres a integrar a ala dos compositores e começou a escrever letras de músicas com apenas19 anos. No desfile foi possível ver diversos momentos importantes da carreira da cantora. Do surgimento de grandes nomes do samba nas décadas de 40 e 50 que a influenciaram, até as lutas da cantora em defesa das minorias. 

Leandro de Itaquera

“A natureza existe para nos servir, ou nós devemos servir a natureza?”. Esse foi o questionamento abordado pela escola Leandro de Itaquera, defendendo a preservação do meio ambiente. A letra trata de um dos temas mais pontuais para o momento, apontando a ganância do homem como culpada pela degradação ambiental. A crítica central é que pouca coisa é feita para preservar a natureza, mas ao mesmo tempo é preciso acreditar no sonho de um mundo equilibrado e sustentável, e cabe a comunidade fiscalizar e cuidar  do planeta para que ele seja um lugar melhor.

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