Indígenas procuram manter suas tradições nas aldeias

Dia 19 de abril foi escolhido para homenagear os índios, mas devemos procurar lembrar deles pela fonte de conhecimento que carregam


Ana Carolina Surita, do cmais+ Arte & Cultura

17/04/15 19:09 - Atualizado em 19/04/15 12:44

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Yawalapiti vivem na porção sul do Parque Indígena do Xingu - (Foto: Anne Vilela)

Eles fazem parte da nossa história e tem muito a nos ensinar. Sim, dia 19 de abril foi escolhido para homenagear os indígenas, mas devemos procurar lembrar deles pela fonte de conhecimento que carregam. As experiências adquiridas de geração para geração formaram uma cultura brasileira diversificada e peculiar.

Antes da colonização, calculava-se cerca de cinco milhões de nativos. Atualmente 896 mil pessoas se declaravam indígenas, segundo dados do censo demográfico 2010. Dessas pessoas,  63,8 %, vivem na área rural e 57,5 %  moram em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas.

Desde o descobrimento, o estilo de vida europeu se mesclou com as culturas indígenas. Os valores, costumes, línguas e hábitos eram desprezados pelos colonizadores. Passado o tempo, a tecnologia e a grande mídia acabaram ignorando essa cultura e impondo seus próprios valores: “Meu avô contava histórias para a gente dentro da oca para a gente dormir, hoje a novela e a TV já substitui a história. Ainda tentamos manter nossa cultura forte, mas tá difícil”, conta o indígena da etnia Yawalapiti, Anuia Amarü.

Pensando em aproximar essa rica cultura das pessoas da cidade, a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, localizada na Vila de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, promove encontros entre indígenas e estudantes, professores, pesquisadores e a sociedade em geral.  No começo de abril, foi realizado uma vivência com os povos Yawalapiti do Alto do Xingu, onde eles mostraram sua cultura, seus ritos, cantos e tradições.  

“Foi único para mim e acredito que para eles também seja uma experiência única. A gente tem um contraste muito grande do que vivemos na cidade com aquilo que a gente encontra nessa vivência. Para mim foi um momento de auto descoberta. Fez me reencontrar comigo mesma, questionar alguns dos meus valores e valorizar muito mais aquilo que não faz parte da minha cultura, mas ao mesmo tempo faz”, diz a professora Milena Madeira, que vive em São Paulo e participou do encontro.

Na segunda quinzena de julho, povos indígenas se reunem novamente na Vila de São Jorge, juntamente com dançadores, violeiros, rezadeiras entre outros representantes das mais antigas tradições e ritos para uma grande celebração da cultura tradicional brasileira. Para mais informações, acesse o site do XV Encontro de Cultura Tradicionais na Chapada dos Veadeiros

 

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