Globo de Ouro entrega prêmios e destaca Boyhood

Longa-metragem do diretor Richard Linklater faturou três troféus na premiação da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood para produções de cinema e TV


Felipe Tringoni, do cmais+ Arte & Cultura

12/01/15 02:37 - Atualizado em 12/01/15 03:02

Richard Linklater (Imagem: Reprodução)
Richard Linklater, de Boyhood, venceu o Globo de Ouro como melhor diretor (Imagem: Reprodução)

Na noite do último domingo (11) foram divulgados os vencedores da 72ª edição do Globo de Ouro. Entregue desde 1944 pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, a premiação contempla os melhores do cinema e da televisão nos Estados Unidos. Para muitos, trata-se do prêmio de maior prestígio da temporada, por ser atribuído pela crítica – ao contrário do Oscar, por exemplo, que é uma distinção da própria indústria hollywoodiana.

No entanto, as semelhanças entre as honrarias são maiores que as diferenças. Tanto é assim que muitos especialistas consideram o Globo de Ouro como um termômetro do que pode acontecer a na premiação da Academia – embora, neste ano, a votação para os indicados ao Oscar tenha se encerrado antes da entrega dos Globos.

No que se refere ao cinema, Boyhood foi o principal vencedor da noite, com três troféus: melhor atriz coadjuvante (Patricia Arquette), melhor diretor (Richard Linklater) e melhor filme na categoria drama. A produção do celebrado autor da trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da Meia-Noite desbancou Birdman, de Alejandro González Iñárritu – que levou melhor roteiro e melhor ator de comédia ou musical (a volta de Michael Keaton às telas). The theory of everything, que conta a trajetória do físico Stephen Hawking, também levou dois prêmios: melhor trilha sonora e melhor ator de drama para Eddie Redmayne, seu protagonista.

Se Linklater, Iñárritu e Wes Anderson – que ganhou melhor comédia ou musical por seu O Grande Hotel Budapeste – foram contemplados, outros grandes autores estadunidenses contemporâneos foram ignorados na noite. Vício inerente, adaptação de Paul Thomas Anderson para o romance de Thomas Pynchon, teve seu protagonista Joaquin Phoenix indicado, mas o mais próximo que o ator chegou do palco dos ganhadores foi em uma das (boas) piadas de Tina Fey e Amy Poehler, as apresentadoras da cerimônia. Já o criticado Interestelar, de Christopher Nolan, foi indicado apenas por sua trilha sonora original – e não levou. Era Uma Vez em Nova York, de James Gray, não teve indicações.

Um dos destaques da noite foi a entrega do prêmio Cecil B. de Mille para o ator e diretor George Clooney, pelo conjunto de sua obra. Após a exibição de um vídeo com (apenas os bons) momentos de sua carreira, Clooney foi aplaudido de pé, fez um belo discurso e foi um dos muitos premiados a fazer menção aos ataques terroristas à sede do semanário francês Charlie Hebdo. Ainda assim, soa um tanto estranho uma premiação desse tipo a um artista de apenas 53 anos e em plena ativa.

Já nos prêmios para as produções de TV, é de se notar os três entregues para produções de serviços de streaming. House of cards, do Netflix, que ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em drama (Robin Wright) em 2014, este ano conquistou o de melhor ator para Kevin Spacey. Foi a oitava indicação da carreira do artista e sua primeira vitória. Já Transparent, novidade da Amazon, foi ainda mais longe: melhor série musical ou comédia e melhor ator nessa mesma categoria. Se não configuram mudanças radicais no panorama da TV estadunidense, esses prêmios indicam que há uma transformação em curso na lógica da distribuição de séries.

Além de Transparent, levaram dois Globos as séries Fargo e The Affair – produções do FX e do Showtime, respectivamente. Baseada no longa-metragem de 1996 dos irmãos Coen, em sua primeira temporada, Fargo desbancou o favorito True Detective, da HBO, em dois troféus: melhor minissérie e melhor ator dessa categoria (Billy Bob Thornton). Exceção feita à última, estrelada por Matthew McConaughey e Woody Harrelson, as séries citadas ainda são inéditas no Brasil.

Saiba mais sobre o calendário de estreias dos indicados a Melhor Filme de Drama aqui. E confira a lista de todos os vencedores abaixo:


TV:

Melhor ator coadjuvante em série, minissérie ou filme: Matt Bomer, Normal Heart
Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou filme: Joanne Froggratt, Downton Abbey
Melhor ator em filme ou minissérie: Billy Bob Thorton, Fargo
Melhor atriz de filme ou minissérie: Maggie Gyllenhall, The Honorable Woman
Melhor ator de musical ou comédia: Jeffrey Tambor, Transparent
Melhor atriz de musical ou comédia: Gina Rodriguez, Jane the Virgin
Melhor ator em drama: Kevin Spacey, House of Cards
Melhor atriz em drama: Ruth Wilson, The Affair
Melhor filme ou minissérie: Fargo
Melhor musical ou comédia: Transparent
Melhor série: The Affair

Cinema:

Melhor trilha sonora: A Teoria de Tudo
Melhor canção original: "Glory", de Selma, John Legend e Common
Melhor roteiro: Birdman
Melhor animação: Como Treinar o Seu Dragão 2
Melhor filme em língua estrangeira: Leviathan (Rússia)
Melhor ator de comédia ou musical: Michael Keaton, Birdman
Melhor atriz de comédia ou musical: Amy Adams, Grandes Olhos
Melhor atriz coadjuvante: Patricia Arquette, Boyhood
Melhor ator coadjuvante: J.K. Simmons, Whiplash: Em Busca da Perfeição
Melhor ator de drama: Eddie Redmayne, A Teoria de Tudo
Melhor atriz de drama: Julianne Moore, Para Sempre Alice|
Melhor diretor: Richard Linklater, Boyhood
Melhor comédia ou musical: O Grande Hotel Budapeste
Melhor filme de drama: Boyhood

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