Flip e Flipinha anunciam a programação 2015

13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty acontece entre 1º e 5 de julho e homenageia Mário de Andrade. Reinaldo Moraes e Leonardo Padura estarão presentes


Rita Albuquerque, do cmais+ Literatura

12/05/15 16:32 - Atualizado em 01/07/15 11:34

Flip (Foto: Reprodução)
Flip, em Paraty, Rio de Janeiro (Foto: Reprodução)

A programação completa da 13ª edição da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) foi anunciada na manhã desta terça-feira (12), em São Paulo. O evento acontece entre os dias 1º e 5 de julho, no Rio de Janeiro, e homenageia Mário de Andrade (1893-1945), cujos temas trazidos por sua vida e obra serão iluminados pelos olhares dos 39 autores convidados. Destes, 16 são estrangeiros.

Até o momento, R$ 6,1 milhões já foram captados para o conjunto de ações nos cinco dias de Flip. A expectativa, segundo o diretor-geral do evento, Mauro Munhoz, é arrecadar R$ 7,4 milhões. “O ideal seria chegarmos aos R$ 8 milhões, mas estamos trabalhando com 15% a menos dos recursos obtidos no ano passado. Seguimos o princípio modernista de fazer mais com menos”, brincou o diretor durante a coletiva de imprensa realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo. De acordo com ele, R$ 1,4 milhão deste valor é destinado à Flipinha, FlipZona, manutenção das bibliotecas locais e projetos permanentes desenvolvidos em Paraty. Os ingressos serão vendidos a R$ 50 (inteira) a partir de 1º de junho pela internet.   

Com orçamento mais enxuto, o show de abertura da Flip ainda não foi confirmado pela organização. “A intenção é que façamos, mas não há nada fechado. Estamos esperando a entrada de recursos”, diz o diretor-geral. Apesar disso, ele destaca melhorias na estrutura da 13ª edição do evento. Mais uma vez, o público poderá acompanhar as mesas pelos telões externos, gratuitamente. As tendas, agora com qualidade superior e acústica melhor, serão transparentes para dissolver quaisquer limites.

Programação

Paulo Werneck, curador da Flip, garante um evento com integração entre as artes e a projeção de Mário de Andrade em cada autor contemporâneo. “A programação é diversificada e seletiva, a ideia é representar todo o tipo de pensamento, exceto os que têm um alinhamento automático. Não queremos automatismos culturais”, fala.

Na sessão de abertura, que acontece quarta (1º), às 19h, a escritora e crítica argentina Beatriz Sarlo, e os brasileiros Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim, autor da biografia Eu Sou Trezentos – Mário de Andrade – Vida e Obra (2015), fornecem novos pontos de vista para compreender aquele que foi escritor, poeta, crítico, musicólogo, folclorista e gestor cultural.

A São Paulo boêmia e literária é evocada na 7ª mesa, marcada para sexta (3), às 12h, com Roberto Pompeu de Toledo e Carlos Calil, que lança na Flip um volume sobre a gestão cultural do homenageado.

No domingo (5), às 10h, Hermínio Bello de Carvalho e José Ramos Tinhorão discutem as pesquisas folclóricas e a visão do homenageado sobre as tradições musicais brasileiras. No mesmo ritmo, José Miguel Wisnik fala de música e traça um retrato de corpo inteiro de um intelectual central na cultura brasileira durante a conferência de encerramento, agendada para domingo (5), às 14h.

Clique para saber os temas, dias e horários das mesas

Entre as novidades, o curador dá ênfase a “mesas performáticas no estilo sexo, drogas e rock’n’roll”, que ocuparão a faixa nobre do evento, às 21h30 de quinta (2), sexta (3) e sábado (5). Para estes encontros, o público pode esperar o Kaos da obra literária de Jorge Mautner ao lado do premiado escritor Marcelino Freire, que participou da 1ª edição da Flip, além dos versos de Arnaldo Antunes junto a estreante Karina Buhr, que levará sua experiência como editora da revista alternativa Sexo Ágil.

Por fim, em Os imorais, o romancista Reinaldo Moraes e a crítica literária Eliane Robert Moraes abordam excessos, taras sexuais e literárias, autores malditos e libertinagens em geral. “Sexo todo mundo faz ou deveria fazer. Estão lendo sobre isso, a Flip tinha que ter ao menos uma mesa sobre o assunto. É um contraponto ao erotismo do mercado, é um erotismo estético de alta qualidade”, comenta Werneck.

A 13ª edição do evento literário promete ainda mais encontros com escritores, começando na quinta (2), às 19h30, com o irlandês Colm Tóibón, que esteve na Flip em 2004. Sexta (3), às 10h, é hora do historiador Boris Fausto falar sobre o diário em que registrou o luto pela morte de sua companheira de vida, em 2010. No sábado (4), às 12h, quem fala é o influente dramaturgo David Hare, que faz do teatro um ponto de observação da política britânica. O jornalista italiano Roberto Saviano, especializado em narcotráfico e máfias, cancelou sua participação no evento por acreditar que o Brasil não oferece a ele boas condições de segurança. Jurado de morte desde a publicação de Gomorra, em 2006, ele viria ao país em um esquema especial que nada tinha a ver com a organização da Flip.

Estão ainda entre as grandes atrações o queniano Ngũgĩ wa Thiong'o, cotado ao Nobel de Literatura em 2010, o australiano Richard Flanagan, vencedor do Man Booker Prize 2014, o cubano Leonardo Padura, autor de O Homem que Amava os Cachorros, a israelense Ayelet Waldman, de Amor e Memória, o premiado quadrinista francês Riad Sattouf, ex-colaborador do Charlie Hebdo, e outros.

Flipinha

Claudio Fragata, João Anzanello Carrascoza, Luiz Ruffato, Rita Carelli, Stella Maris Rezende, Odilon Morais e outros escritores e ilustradores estão na lista de convidados da Flipinha, segundo informa a organizadora Gabriela Gibrail, que também reforça a importância dos projetos permanentes desenvolvidos com crianças e adolescentes em Paraty e nas regiões próximas. Segundo ela, a programação da FlipZona ainda não foi fechada.

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