O maestro Hans-Christoph Rademann, do Bach-Collegium Stuttgart, diz que a música tem que ser executada com a máxima clareza. Ele abre a temporada da Cultura Artística
Maestro Hans-Christoph Rademann (Foto: Holger Schneider)
O maestro alemão Hans-Christoph Rademann nasceu em 1965, ano da fundação da orquestra que dirige, a Bach-Collegium Stuttgart. Considerada uma das orquestras especializadas no repertório sacro do compositor Johann Sebastian Bach (1685-1750) e criada pelo grande maestro Helmut Rilling, a BCS divide a cena com o coro Gächinger Kantorei para abrir a temporada de concertos da Sociedade Cultura Artística de 2015. Os dois grupos apresentam dois monumentos sacros do barroco: o oratório O Messias, de Georg Friedrich Haendel, e a Missa em si menor, de Bach. Os concertos acontecem na Sala São Paulo hoje e quarta-feira, às 21 horas. Não há dúvida de que são autoridades no assunto.
“Temos outros programas, mas a músic e Bach é a mesma através dos tempos diz Rademann, em entrevista ao Cmais. “Não é difícil qualquer pessoa ouvir e apreciar essas obras. “
Rademann assumiu o desafio de levar adiante as lições de Helmuth Rilling na interpretação do repertório bachiano. “Sou um grande admirador de Rilling”, afirma. “Eu participei da master class dele e hoje eu tenho orgulho de continuar o trabalho dele. Mas não é fácil. Temos que trazer o barroco para os novos tempos.”
Isso significa que é necessário uma mudança de atitude em relação à chamada “música historicamente informada”, que desde os anos 1960 reivindica às orquestras com instrumentos de época e sua forma de interpretar o direito exclusivo a abordar o repertório anterior ao Romantismo. Uma estética que o próprio Rilling ajudou a construir. “Houve tantas mudanças nos instrumentos originais que o desafio hoje é interpretar música de época com instrumentos diferentes dos antigos."
Segundo Rademann, o barroco oferece a vantagem de ser uma música fácil de compreender. O que não significa deixar de tocar música atual. Os grupos que dirige apresentam premières mundiais de obras de compositores contemporâneos como Krystof Penderecki, Arvo Pärt e Wolfgang Rihm.
“É importante fazer muita música contemporânea porque temos de escrever a história da música”, afirma. “Não é fácil entender o somo contemporâneo, mas ouvi-lo é uma grande experiência ainda asism. Se a peça pode parecer caótica e difícil no início, quandto mais a gente toca e ouve, ela se torna compreensível. É o mesmo que acontecia à música do passado quando era ouvida e tocada pela primeira vez. Escrevemos a história da música.’
Programa
Gächinger Kantorei e a orquestra Bach-Collegium Stuttgart
Direção: Hans-Christoph Rademann
Sala São Paulo
6 de abril, segunda-feira, 21h
Haendel – O Messias
8 de abril, quarta-feira, 21h
J. S. Bach – Missa em si menor, BWV 232
Gächinger Kantorei e a orquestra Bach-Collegium Stuttgart
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