Dez Encontros aposta em esquetes cíclicas e temática sexual

Montagem baseada em Reigen, de Arthur Schnitzler, traz Tania Khalill e André Garolli com permissividade e pitadas de humor


Rita Albuquerque, do cmais+ Espetáculos & Cia

11/02/15 17:28 - Atualizado em 11/02/15 18:28

Dez Encontros (Foto: Bob Sousa)
Tania Khalill e André Garolli durante Dez Encontros, dirigida por Isser Korik (Foto: Bob Sousa)

Tania Khalill, André Garolli e a permissividade de ambos estão em cartaz no Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, até 26 de abril. A parceria pra lá de prazerosa se deu pelo convite para estrelar a peça Dez Encontros, conduzida por Isser Korik, vencedor do Prêmio Revelação de Autor e Diretor dado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) por Ele é Fogo!, de 1998.

No enredo, Tania e André encarnam cinco personagens cada ao longo de dez esquetes, as quais formam uma teia de relações amorosas e cirandas sexuais. No primeiro encontro, por exemplo, a atriz vive uma garota de programa enquanto seu parceiro de palco é um taxista. Passados cerca de 10 ou 15 minutos, o taxista de André permanece em cena e Tania entra com sua segunda personagem, desta vez, uma empregada doméstica. Depois, é a vez dele trocar o figurino. O perfil cíclico dinamiza a apresentação e potencializa os desafios dos atores. 

Fazem parte dos contextos pintados com bom humor uma garota de programa, um taxista, uma doméstica, um estudante, uma mulher casada, um político, uma modelo, um autor, uma atriz e um magnata. Para André e Tania, é possível identificar características dessas figuras em suas respectivas personalidades. "Como diz o texto, na vida, dependendo da situação em que estamos, temos personas diferentes agindo em determinados contextos", fala a atriz.  

O texto original Reigen, escrito em 1897 pelo austríaco Arthur Schnitzler, foi considerado impublicável. Sua estreia foi proibida pela polícia de Viena em 1921 e os atores da primeira produção berlinense tiveram que enfrentar um julgamento, sob acusação de obscenidade. Apesar disso, serviu de inspiração para o longa A Ronda (1950), estrelado por Gerard Philipe, Danielle Darrieux, Jean-Louis Barrault e Simone Signoret.

Em 1998, o roteiro veio novamente à tona na Broadway, com a interpretação de Nicole Kidman no espetáculo The Blue Room, adaptado por David Hare e utilizado por Korik no Brasil. Vale lembrar que, em 2002, os brasileiros tiveram a oportunidade de assistir à versão do diretor José Possi Neto, protagonizada por Christiane Torloni e Murilo Rosa.

Para Korik, o texto traz uma infinidade de emoções ligadas às possibilidades sentimentais entre homens e mulheres. “David Hare fez um trabalho exemplar ao trazer os personagens de Schnitzler para o universo urbano contemporâneo, tratando os encontros de uma forma mais sintética e profunda que o texto original”, reflete. Na visão de André, a peça tem apelo popular sem ser rasteira. "Ela fala sobre relacionamentos, sexualidade, encontros e traições sem tornar isso uma tese filosófica ou existencialista", diz. 

Assista ao teaser da peça:

Dez Encontros

Quando: Em cartaz até 26 de abril. Sexta, às 21h30, sábado, às 21h, e domingo, às 20h.
Quanto: Sexta e domingo, R$ 30 (setor único), sábado, R$ 40 (setor 1) e R$ 30 (setor 2). Meia-entrada disponível em todas as sessões e setores.
Classificação: 16 anos.
Duração: 90 minutos.
Onde: Teatro Folha – Shopping Pátio Higienópolis. Avenida Higienópolis, 618, Consolação – São Paulo.

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