Cinco obras brasileiras que são sucesso na 31ª Bienal Internacional de Artes de SP

Cinco obras nacionais que vão mexer com a Bienal


Thiago Carvalho, do cmais+ Arte & Cultura

12/09/14 15:24 - Atualizado em 15/09/14 17:07

31ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo

Das polêmicas que surgiram antes mesmo do inicio da 31ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, e que para o bem do público não causaram nenhum problema ao evento, o mais importante mesmo nesta primeira semana e nos próximos meses de exposição, é falar das obras com propostas interessantes aos visitantes. Talvez um grito e um manifesto de arte, sobre assuntos no âmbito social, político e religioso, ainda não resolvidos.
 
A edição da Bienal este ano, narra intervenções dos artistas de questões abordadas no mundo todo. Narra de maneira poética, temas que para a curadoria confrontam um conflito à espera de solução.
A seguir, o cmais+ separou algumas obras nacionais que parecem traduzir ou incentivar um discurso no contexto político, social e religioso, que são discutidos por nós brasileiros nos dias de hoje.
 
Sem Título
Éder Oliveira
 
Dos muros de Belém agora para as paredes do pavilhão nobre de arte da 31ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, o paraense Éder Oliveira pintou em grandes proporções, retratos de homens condenados por diversos crimes que tiveram seus rostos estampados nas páginas policiais dos jornais de Belém do Pará.
 
Os retratos foram produzidos por Éder Oliveira em parceria com o Sesc - SP, e mostram em imagens gigantescas, fortes expressões de homens condenados pela sociedade e que tiveram seus direitos desrespeitados por meio de uma cobertura fotojornalistica agressiva.
 
Voto!
Ana Lira
 
No período que envolve o Brasil em eleições para diversos e importantes cargos públicos, cartazes e outdoors, além de outros objetos de divulgação de campanhas dos candidatos, são espalhados pelas cidades. Neste contexto, a pernambucana Ana Lira, trouxe à 31ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo, sua obra intitulada 'Voto!'
 
Neste trabalho, que teve inicio justamente naquele período (julho de 2012 - em Recife- PE), utilizando material transparente, a artista expõe principalmente estas intervenções anônimas e, o que o tempo julgou por intermédio da natureza deteriorizar.
Olhos e bocas pintadas, riscos e frases, entre outras marcações nos cartazes dos candidatos, revelam uma intervenção protestante com sabor amargo de indignação da sociedade para com a política brasileira.
A obra coloca o visitante a refletir quanto à imagem dos candidatos políticos durante e após as eleições. "Este trabalho é uma leitura das relações políticas e desta conjuntura atual no Brasil, a partir das intervenções que a população faz nos cartazes de propaganda politica", diz Ana Lira.
 
A Fortaleza
Yuri Firmeza
 
Nas paredes do piso B da Bienal, a obra 'A Fortaleza' de Yuri Firmeza, apresenta duas de suas fotografias. Na da esquerda, Yuri quando menino em sua infância e na outra, quase duas décadas depois, Yuri mais velho em fase adulta. Em ambas fotografias, o artista aparece em pose de Halterofilista: corpo ereto e braços dobrados tensionando os músculos para demonstrar sua força. O detalhe da imagem está na mudança radical do cenário por detrás do artista. Na foto quando menino, um céu de tonalidade mais natural e poucos prédios. Na foto mais recente, uma diferente coloração do céu, e mais edificios ao redor do que mora. O que chama a atenção de 'A Fortaleza' edificada onde reside o artista, é a mudança radical do tempo.
 
Apelo
Clara Iani e Débora Maria da Silva
 
A obra de Clara Iani em conjunto com a líder do Movimento Mães de Maio, Débora Maria da Silva, é composta por um vídeo que pretende mostrar a urgência, portanto um 'Apelo', de como lidar com a violência no Brasil.
O vídeo foi gravado no cemitério Dom Bosco no bairro de Perus, na periferia da cidade de São paulo.
O cemitério foi criado em 1970 para receber corpos de vitímas da repressão militar durante o período da ditadura. O discurso clama pelo direito ao luto e a memória coletiva daqueles que foram violentamente assassinados e não tiveram o direito a um enterro digno, que caíram no esquecimento e ficaram impunes. E mais: o Apelo traz as lembranças à tona, não deixando que elas permaneçam no esquecimento sistematicamente conduzido pelo Estado.
 
Martírio
Thiago Martins de Melo
 
Na obra ‘Martírio’, de Thiago Martins de Melo,  é composta por esculturas de caboclos do vodum – religião africana com adeptos de São Luís do Maranhão, terra natal do artista. 
Ela presta uma homenagem as centenas de Martírios Amazônicos, trabalhadores e líderes comunitários que morreram anonimamente em luta pela defesa da terra. 
Martírio ocupa um espaço na andar C do nobre pavilhão ao lado da obra de Arthur Scovino chamada 'Casa de Caboclo'.


 
 

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