Após 20 anos de portas fechadas, cerca de cem artistas criam obras para o local que celebra a primeira fase de seu renascimento
Rita Albuquerque, do cmais+ | imagens Thiago Carvalho | arte Homero Esteves | edição de vídeo Felix Mesa Arte & Cultura
04/09/14 12:40 - Atualizado em 04/09/14 12:44
Fechado há cerca de duas décadas, o Hospital Umberto Primo, também conhecido como Matarazzo, será transformado em um polo cultural durante cinco semanas. A partir da próxima terça-feira (9), 91 artistas brasileiros e estrangeiros exibirão obras contemporâneas e realizarão performances criadas especialmente para a mostra Made by... Feito por Brasileiros.
A ideia de devolver significado e vida aos pavilhões, corredores e jardins do complexo hospitalar próximo a Avenida Paulista surgiu a apenas quatro meses, em uma conversa na SP-Arte. Alexandre Allard, empresário e idealizador do atual e do futuro projeto na área de 27 mil m², “propôs uma invasão criativa e então corremos para preparar tudo. O público verá obras com uma forte presença e outras que carregam o silêncio e a memória deste cenário, o mais incrível que já conheci”, conta Marc Pottier, curador e diretor artístico.
Para Allard, que se diz apaixonado pelo complexo de arquitetura heterogênea, a exposição só faz sentido pelo lugar onde está. O americano apontou ainda a relevância de São Paulo como rota de turismo e lazer. “Depois de curar o corpo, o Hospital Matarazzo será capaz de curar a alma dos paulistanos”, diz.
“Tornar visível um ambiente que estava invisível”. Foi assim que o curador Baixo Ribeiro se referiu a Made by... Feito por Brasileiros. Ele conta que pensou não apenas no espaço que será palco de arte e cultura, mas também na capital e nos indivíduos que já passaram e que ainda passarão pelas instalações da chamada Cidade Matarazzo. “Não é um projeto só de arte, é de mobilização das pessoas que, de alguma forma, poderão rever os ambientes a partir de outra perspectiva. Tem sido intenso para todos nós, pois estamos também pensando no futuro de São Paulo”, reflete.
Depois do apagão de 20 anos, o objetivo do evento é também chamar a atenção para o espaço que sofrerá mudanças estruturais e conceituais nos próximos anos. Especula-se que no sítio do antigo hospital serão construídos um hotel seis estrelas, restaurantes e um centro de criatividade que incluirá residências, cinemas, estúdios de produção para filmes, música e arte, galerias para exposições, áreas dedicadas ao artesanato, à moda e à culinária brasileira.
Responsável pelo empreendimento, Allard garante que as áreas tombadas em 1986 serão preservadas, no entanto é importante lembrar que o local não será um museu dedicado ao legado do conde Francisco. “Quero usar a energia desse homem dedicado para fazer da Cidade Matarazzo um lugar para o futuro”, conclui.
Em cartaz de 9 de setembro a 12 de outubro.
Alameda Rio Claro, 190, Bela Vista – São Paulo.
De terça a domingo, das 10h às 17h.
Entrada franca.
Confira as fotos no Guia da Cultura.
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